Cidades

Operações prendem 35 por tráfico, contrabando, pedofilia e desmanche

Equipes da Polícia Federal, Polícia Civil, Militar e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) foram às ruas de cidades de MS para cumprir também mandados de busca e apreensão

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 19/05/2018 10:53
Operações prendem 35 por tráfico, contrabando, pedofilia e desmanche

Quatro operações a nível nacional marcaram a semana em Mato Grosso do Sul. Ações de combate a pedofilia, ao tráfico internacional de drogas, ao contrabando de cigarro e a furtos e desmanches de veículos, realizadas por equipes da Polícia Federal, Polícia Civil, Militar e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), resultaram na prisão de 35 pessoas no Estado.

Às 6 horas terça-feira (15) policiais federais, coordenados pela delegacia de Curitiba (PR), saíram às ruas de três cidades para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão.

No dia seguinte, uma ação conjunta entre Gaeco e Corregedoria da Polícia Militar, resultou na prisão de 21 policiais envolvidos na “Máfia do Cigarro”.

Na manhã de quinta-feira (17), uma ação nacional contra a pedofilia prendeu sete pessoas em flagrante no Mato Grosso do Sul. A operação foi realizada em quatro cidade do Estado e aqui contou com a participação de 56 policiais civil.

Ontem (18), foi a vez da Polícia Civil do município de Rosana, no interior de São Paulo, desarticular uma quadrilha de Mato Grosso do Sul especializada em furtos e desmanches de camionetes. Cinco pessoas foram presas em três municípios de MS. 

 

Hamilton chegando a sede da Polícia Federal em Campo Grande (Foto: Saul Schramm)
Na Capital, policiais cumpriram mandado de busca em um condomínio de luxo (Foto: Saul Schramm)

Efeito Dominó - Realizada em sete estados na manhã de terça-feira (15) pela Polícia Federal, a operação teve como objetivo desarticular uma quadrilha internacional de tráfico drogas comandada por Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, conhecido como um dos maiores traficantes de entorpecentes da América do Sul com ramificações em vários países.

Em Mato Grosso do Sul, os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e uma temporária em três cidades do Estado: Campo Grande, Dourados e Amambai.

Na Capital, os policiais prenderam Hamilton Brandão Lima - considerado pela polícia como uma das poucas pessoas do esquema a ter contato direto com “Cabeça Branca” - em um condomínio de luxo na Vila Nasser. Já o pai do suspeito, apontado como “laranja” do esquema, foi preso temporariamente em Dourados.

Segundo a polícia, Pedro Araújo Mendes Lima e o filho formavam um dos dois núcleos de lavagem para legalizar o dinheiro que “Cabeça Branca” ganha da venda de cocaína para as facções criminosas brasileiras. O outro núcleo era operado pelos três doleiros, também presos nesta terça-feira no nordeste.

Com dinheiro fornecido pelo narcotraficante, Pedro e Hamilton plantam lavouras e criam gado em Mato Grosso do Sul. As investigações apontaram que após a prisão de Luiz Carlos da Rocha, no dia 1º de julho do ano passado, o esquema “esfriou” e os suspeitos passaram a adotar um comportamento discreto, mas sem parar as atividades.

Após as prisões, Pedro e Hamilton foram transferidos para a sede da Polícia Federal em Curitiba - delegacia responsável pela operação.

Equipes do Gaeco na Corregedoria da PM durante a operação (Foto: Saul Schramm)
Policial preso chegando a sede da Corregedoria (Foto: Marina Pacheco)

Operação Oiketicus - Desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pela Corregedoria da Polícia Militar nesta quarta-feira (16), a operação prendeu 21 policiais militares em 16 cidade de Mato Grosso do Sul e cumpriu 45 mandados de busca e apreensão.

Segundo informações oficiais do Gaeco, todos são suspeitos de integrar uma “organização criminosa composta por policiais militares que atuam na facilitação do contrabando de cigarros”.

Durante a ação, três oficiais - comandantes de batalhões em cidades usadas como rota da “Máfia do Cigarro” - foram presos: tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, da 11ª Batalhão de Jardim, Oscar Leite Ribeiro da 2ª Companhia Independente de Bela Vista e o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva, da 1ª Companhia de Bonito. Outros 18 praças também foram detidos por envolvimento no esquema.

Os mandados tiveram como alvo as residências e locais de trabalhos de todos os investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã, Corumbá e no Distrito de Boqueirão, em Jardim.

Nesta sexta-feira (18) o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva e tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, perderam funções de confiança. A “dispensa” foi assinada pelo comandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), coronel Waldir Ribeiro Acosta e publicada no Diário Oficial do Estado nesta manhã.

Os dois ainda foram transferidos para o Comando-Geral da PM, uma manobra para tirá-los do comando nas cidades do interior, já que estão presos.

Equipes da Polícia Civil no Rita Vieira, um dos endereços alvo do operação (Foto: Marina Pacheco)

Luz da Infância 2 - Com foco no combater a pedofilia, a operação foi realizada nesta quinta-feira (17) em 24 estados do país. No Mato Grosso do Sul a ação resultou na prisão de sete pessoas. Dos alvos da Polícia Civil, quatro foram presos em Campo Grande e outros três em Dourados, Glória de Dourados e Naviraí.

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. Um vasto material de pornografia infantil foi apreendido pelos policiais, além de computadores, notebooks, CDs, HDs, câmeras fotográficas e pendrives.

Na Capital, quatro pessoas foram presas em flagrante: o músico Rafael Ferreira Garcia de 23 anos, o eletrotécnico Aluísio Bohn, de 27 anos, o policial civil Paulo Manoel Eugênio Elesbão Silva, de 36 anos e Beny Tomonaga, o “Playboy”, de 32 anos.

Com os três primeiros presos os policiais encontraram imagens de pornografia infantil, nesta manhã, eles passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. O quarto alvo da operação foi flagrado com munições e indiciado por porte ilegal. Após pagar R$ 3,8 mil de fiança Beny Tomonaga foi liberado.

Os policiais também cumpriram um mandado de busca e apreensão em uma residência no bairro Rita Vieira, mas o suspeito - que segundo as investigações trabalha no interior - não foi encontrado. No local, um computador e um Ford Verona foram apreendidos.

No interior do Estado foram cumpridos mais quatro mandados de busca e apreensão. Em Dourados, o empresário Toni Martins Siqueira, de 29 anos, foi preso em flagrante. Buscas foram realizadas na casa e também na empresa do rapaz, que responderá nos dois artigos.

Em Glória de Dourados foi preso o arquiteto Jonathan Felipe de Souza, de 33 anos, que também responderá nos artigos 241-A e 241-B. Já em Naviraí a polícia prendeu Lucas Nascimbene, de 33 anos.

Rafael chegando a DEPCA (Foto: Saul Schramm)

Shirak - Cinco pessoas foram presas durante a operação deflagrada na manhã de ontem, só em Mato Grosso do Sul. Outras duas prisões foram registradas no município de Rosana (SP). O objetivo da ação foi combater uma quadrilha especializada em furtos e desmanches de veículos antigos, que atuavam em MS, SP e também na região norte do Paraná. 

Três das prisões aconteceram na cidade de Nova Andradina. Ivinhema e Dourados registraram uma prisão cada uma. 

De acordo com o delegado responsável pelo caso, o titular do 1º Distrito Policial de Rosana, Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, as investigações começaram no mês de março. "A quadrilha era especializada no furto de camionetes antigas e realizava o desmanche ou a adulteração desses veículos para revenda de peças ou até mesmo deles por completo", afirmou o delegado.

Também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e apreendidos um caminhão que fazia o transporte dos veículos, quatro automóveis para apuração de suas origens, apetrechos usados para adulteração das plaquetas de identificação do motor, cheques e documentos que comprovam a ligação dos investigados.

Um dos veículos apreendidos durante operação (Foto: Polícia Civil Rosana (SP)
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