Desde o ano passado as empresas de transporte coletivo urbano que atuam em Campo Grande vêm reduzindo gradativamente o número de cobradores nos ônibus, alegando necessidade de redução de custos. A medida está desagradando motoristas, que se vêem obrigados a acumular esta função, e passageiros, que reclamam de atrasos. O MPT (Ministério Público do Trabalho) questiona o acúmulo em ação na Justiça do Trabalho. A próxima audiência será em março e será julgado o mérito da ação.
Um motorista que prefere não se identificar diz que a sobrecarga é grande. "Além de receber de quem paga em dinheiro o motorista tem que atender pessoas idosas, deficientes e prestar informações. Ele perde atenção no trânsito, o que próprio Código de Trânsito proíbe", afirma.
A equipe do Campo Grande News entrou na manhã desta segunda-feira em um ônibus sem cobrador e ouviu os usuários. Todos foram unânimes em dizer que a falta deste trabalhador atrapalha.
Ramona Leite, 62 anos, disse que além da perda de tempo há risco de acidentes porque o motorista fica cuidando de dinheiro e perde atenção do trânsito. "Uma vez quase aconteceu um acidente", afirmou.
A estudante de Biologia Micheli França de Almeida, de 20 anos, disse que o ônibus que usa durante a época de aulas tem cobrador, mas nas férias não. Ela conta que como já conhece o motorista muitas vezes entra no ônibus e paga na próxima parada. "