Cidades

No ano passado, 179 pessoas foram picadas por escorpiões em MS

Nos meses mais quentes e chuvosos existe maior probabilidade destes animais aparecerem nas residências

Christiane Reis e Elci Holsback | 08/01/2017 09:19
(Foto: Marcos Ermínio)
(Foto: Marcos Ermínio)

Com a chegada do Verão, o clima úmido e as altas temperaturas, a incidência de aparecimentos de escorpiões aumenta. Pequenos e muito venenosos, os aracnídeos podem se esconder em armários, dentro de sapatos e montes de lixo, entre outros lugares. Somente no ano passado, 179 pessoas foram picadas por escorpiões em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Civitox (centro Integrado de Vigilância Toxicológica) e medidas preventivas podem colaborar para o combate ao animal peçonhento.

“Nos meses mais quentes e chuvosos existe maior probabilidade destes animais aparecerem nas residências. Os períodos chuvosos favorecem o deslocamento dos animais para área domiciliar. Estes animais se adaptam a diferentes fatores climáticos e, locais com insetos, sujeira e mato alto, como terrenos baldios, imóveis abandonados, quintais com materiais de construção, ofertam alimento e abrigo para os escorpiões. Espaços com frestas no chão, paredes e portas, ralos e pias destampadas, também favorecem a presença de escorpiões”, explica a farmacêutica do Civitox, Flávia Luiza Lopes.

Levantamento do Ministério da Saúde realizado entre os anos 2000 e 2015 revela que 119 pessoas morreram no País em decorrência de picadas de escorpiões, sendo 11 em Mato Grosso do Sul. Apenas em 2015 foram registradas 6 mortes no Estado.

Ainda de acordo com o estudo, no período foram registrados 6.294 casos de acidentes ou picadas de escorpiões no Estado, com números crescentes. Em 2000 foram 6 casos e em 2014 os números chegaram a 1.101 casos registrados. Um ano depois, em 2015 ocorreram 937 registros.

O caso mais recente no Estado foi em Corumbá – distante 419 km de Campo Grande, na última quarta-feira (4), quando criança de 4 anos foi picada pelo animal no quintal de casa. A mãe solicitou socorro e a menina passa bem. De acordo com o Corpo de Bombeiros do município, que socorreu a criança, em 2016 foram registrados quatro casos de picadas de escorpião na cidade, sendo um na área rural e as demais na região urbana.

Contudo, segundo o Civitox, esses índices podem ser ainda maiores, já que muitas pessoas não registram a captura do animal. “ Muitos escorpiões são capturados, em todo o Estado, pelas equipes municipais de saúde. Muitos destes animais são encaminhados para o Civitox, mas como o serviço de captura é realizado pelos setores municipais, não há dados referentes ao número de animais coletados”, destaca a farmacêutica Flávia Luiza Lopes.

Em janeiro de 2016, escorpião diferente aparaceu em residência. (Foto: Arquivo)

Casos – Em agosto do ano passado, o Campo Grande News conversou com a universitária Fabiana de Souza Araújo, 25 anos, que havia sido picada duas vezes por escorpião. Na primeira vez, a jovem estava dormindo na sala e na outra, caminhava descalça pelo quintal de casa e pisou no animal. “Tentei chutar e fui picada”, disse à época.

No final de 2015 o tecnólogo em informática, Antônio Pedro de Oliveira, 31 anos, encontrou o aracnídeo em casa. Ele mora no térreo de um prédio no bairro Coophafé e viu o escorpião na sala. “Fiquei muito assustado”, segundo ele, a família tem um gato como animal de estimação e ele sempre indica quando há escorpião.

No Bairro Santa Fé, o engenheiro em telecomunicações, Clóvis Pereira, 69 anos, também relata o aparecimento de escorpião em casa. “Em 2015 apareceram alguns, mas me informei e a orientação foi colocar cloro nos ambientes para afastá-los. Tem funcionado”, disse.

Orientações – Caso encontre um escorpião em casa, não se deve tentar capturar o animal, pois, o risco é grande. A orientação é acionar o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) que conta com profissionais especializados para a captura. O ideal é tentar isolar o local onde o animal está e aguardar a chegada dos profissionais para capturá-lo. “Por se tratar de um animal peçonhento não recomendamos que as pessoas tentem capturar, o correto é acionar o CCZ”, orienta o responsável clínico pelo Civitox, Sandro Trindade Benites.

O Civitox alerta que para evitar que estes animais apareçam em casa, o ideal é realizar barreiras físicas de prevenção de acidentes, tais como, nivelar os pisos internos, paredes, portas e calçadas, manter o ambiente limpo, quintais sem mato e entulhos e sem locais propícios para a proliferação de insetos, tampar ralos e pias, tomar banho com chinelos e à noite, manter luzes acesas. Outra dica é não deixar os sapatos em locais baixos, pois, há risco de se esconderem dentro.

Em caso de picada pelo animal, a orientação é não mexer no ferimento. “Não amarre, não corte, não chupe, não jogue substâncias químicas no local da picada. Evite a automedicação e deixe o membro picado elevado. A evolução dos sintomas pode ocorrer rapidamente, por isso, é necessário procurar atendimento médico com urgência”, alerta a farmacêutica do Civitox, Flávia Luiza Lopes.

Serviço – Informações podem ser obtidas no Civitox, pelo telefone 0800 722 6001 ou (67) 3386-8655. O contato do CCZ é o (67) 3313-5000.

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