Cidades

MPF pede bloqueio de bens de presidente da Eldorado e de dono da JBS

Mayara Bueno | 07/02/2017 09:34

O MPF (Ministério Público Federal) em Brasília pediu à Justiça que restabeleça o bloqueio de bens até R$ 3,8 bilhões do presidente da Eldorado Celulose, José Carlos Grubish Filho e do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. As informações são da Folha de São Paulo.

Conforme os procuradores, o MPF solicitou o empenho de ações de Joesley Batista na J&F, bens particulares, recursos em conta corrente e aplicações. Também houve o pedido de afastamento de Joesley Batista e de Grubisich das empresas.

Alvo de três investigações da Polícia Federal (Greenfield, Sépsis e Cui Bono), a J&F se comprometeu com a Procuradoria a indenizar os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal), que adquiriram participação minoritária na Eldorado.

No final do ano passado, a empresa teria fechado um contrato de fornecimento de madeira com a sua concorrente Eucalipto Brasil, que teria novamente prejudicado os fundos. Ainda de acordo com o Ministério Público Federal, o contrato foi uma manobra para "comprar o silêncio" de Mario Celso Lopes, que saberia de "ilícitos ocorridos na criação da empresa Florestal".

Lopes ajudou a fundar a Eldorado junto com Joesley Batista. Em 2012, ele aceitou vender sua participação para a J&F e assinou um termo de não concorrência por dez anos. Na sequência, Lopes montou a Eucalipto Brasil e o caso foi parar na Justiça. Terminou em novembro de 2015 com um acordo entre as partes.

Um ano depois, a Eldorado fechou um contrato de R$ 190 milhões com a Eucalipto Brasil que, ainda segundo o MPF, favorecia a empresa de Lopes e não passou pelo conselho de administração da Eldorado, que tem representantes dos fundos de pensão.

A J&F, por meio da assessoria de comunicação, informou que foi surpreendida com o pedido do MPF e que irá recorrer ao procurador e ao juiz responsável pelo caso.

A empresa considera que o pedido teve como base "denúncias estapafúrdias, infundadas e com caráter de interesses pessoais de Max Mauran Pantoja da Costa (conselheiro da Funcef)." A J&F nega as "alegações irresponsáveis" feitas por Pantoja e afirma que todas as decisões da Eldorado "são públicas e foram tomadas pelo conselho de administração” (da companhia).

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