MPF instaura inquérito para apurar invasão da Funai
O MPF (Ministério Público Federal) instaurou inquérito para apurar a invasão do prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Dourados, município que fica a 230 quilômetros de Campo Grande. A intenção é verificar se houve ajuda financeira de políticos ligados ao setor ruralista.
No protesto feito entre 27 de janeiro a 17 de fevereiro deste ano, os índios reivindicaram a saída da administradora Margarida Nicoletti.
Segundo investigação da Polícia Federal, durante a invasão eles receberam 120 refeições do tipo marmitex, oferecidas por políticos contrários ao processo de demarcação das terras no Estado, que vinha sendo efetivado pela Funai.
O MPF ressaltou que o protesto pela saída da administradora ocorreu em um contexto de acirramento da questão indígena em Mato Grosso do Sul. De acordo com o órgão, estudos entropológicos iniciados pela Funai no ano passado vão delimitar áreas de tradicional ocupação indígenas, e deverão servir como base para futuras demarcações no Estado.
O Ministério Público Federal afirma que há proprietários de terra tentando mpedir judicialmente os procedimentos iniciados pela Funai. O órgão ressalta que há 87 processos tramitando no TRF (Tribunal Regional Federal) sobre esses conflitos.
A investigação sobre o protesto em Dourados pretende também apurar os danos causados ao patrimônio público durante ação. Por conta do protesto, houve atraso na entrega de cestas básicas e oito toneladas de alimentos tiveram o prazo de validade vencido.
