Cidades

Movimentos por igualdade racial de MT trocam experiências com entidades de MS

Em dois dias, grupo aproveita intercâmbio para aprender práticas e alternativas, para levar até o estado vizinho

Liniker Ribeiro | 30/01/2018 12:06
Integrantes do grupo Kunta Kintê (Foto: Taynara Menezes)
Integrantes do grupo Kunta Kintê (Foto: Taynara Menezes)

Campo Grande recebe, nesta terça-feira (30), a presença de representantes do grupo cuiabano Kunta Kintê, que oferece apoio e busca a valorização de movimentos sociais, culturais e religiosos, defendendo a importância do respeito e da igualdade.

O grupo formado por quatro pessoas, entre educadores e militantes, desembarcou em Mato Grosso do Sul na manhã de ontem (29) para uma visita rápida a representantes e líderes locais, com objetivo de promover um intercâmbio de ideias.

Entre os grupos visitados está o Coletivo de Mulheres Negras, presidido por Ana José, o Grupo Tez, o subsecretário de Políticas Raciais, Leonardo de Oliveira Melom, além da pesquisadora Berenice Kikuche, que estuda a anemia falciforme, doença que ocorre em maior prevalência na população negra.

"Nosso objetivo é trabalhar principalmente com a juventude, estimular a valorização e o respeito a práticas culturais e religiosas desde cedo, ajudando quem enfrenta algum tipo de problema ou dificuldade", afirmou um dos membros do grupo, a advogada Lindisey de Sá.

Aqui na Capital, o grupo foi recebido por grupos de pesquisa, na tarde de ontem, e ainda hoje, participarão de um debate com uma pesquisadora local sobre a anemia falciforme, o que ajudará pessoas que enfrentam a doença no estado vizinho. "Nosso objetivo é justamente promover um intercâmbio, aprender o que está sendo discutido, feito, por aqui, e levar para nossa cidade", explicou o militante Cristóvão Luiz da Silva.

 

Alair Fernando, um dos fundadores do grupo (Foto: Taynara Menezes)

À noite, os visitantes serão recebidos por membros da Escola de Samba Vila Carvalho, de onde encerrarão as atividades em solo sul-mato-grossense. Formado há dois anos, o grupo já visitou estados como São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal.

Juntos, o grupo já participou de diversas atividades promovendo a cultura, religião e saúde. A primeira ação oficial foi realizada em 2016, em comemoração aos 20 anos da Praça da Mãe Preta, em Cuiabá. Na ocasião, um grande evento foi realizado no local e contou com a participação de representantes de diversos grupos étnicos, inclusive ciganos.

O grupo também é responsável por promover a primeira atividade oficial pelo dia da Consciência Negra na cidade. Até então, segundo Lindisey, apenas uma missa era realizada. O projeto Kwanzaa foi reconhecido pelas autoridades locais e devidamente acrescentado ao calendário de festividades oficial.

"Nossa ideia é promover uma crítica reflexiva, trabalhando a intolerância religiosa e destacando a necessidade de haver respeito entre cada um", reafirma Cristóvão.
Para a educadora Sônia Aparecida Silva, o tema precisa ser discutido desde cedo, por meio das crianças. "É preciso trabalhar essa formação que envolve respeito e tolerância com as crianças. Temos essa preocupação de desempenhar atividades desde a primeira formação", afirmou ela.

Um dos criadores do grupo, o militante Alair Fernando, defendeu ainda a necessidade de resgatar a cultura por meio da música. "Esse resgate é necessário, principalmente por meio dos tambores do Candomblé", destacando a necessidade de ter respeito religioso.

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