Cidades

Marcha de "campesinos" segue avançando para Santa Cruz

Redação | 17/09/2008 16:32

A perspectiva de um acordo entre os governadores de oposição e o governo de Evo Morales não interrompeu a marcha de indígenas que avança para a cidade de Santa Cruz.

Cerca de mil pessoas saíram ontem do municipio de Yapacani e devem passar a noite de hoje na cidade de San Carlos, a cerca de 100 quilômetros de Santa Cruz.

O secretário-executivo da Federação dos Colonizadores de Yapacani e líder da marcha, Julian Torrico, disse que o objetivo é a destituição do governador de Santa Cruz, Ruben Costas, e do presidente do Comitê Cívico, Branko Manikovic, além da recuperação dos prédios públicos invadidos pela oposição. Ele ressaltou que o movimento é pacífico.

"Nós não estamos agredindo a ninguém, a marcha é pacífica. Mas repudiamos essas pessoas divisionistas e queremos que elas renunciem", disse Julian Torrico.

Participam da marcha integrantes do Movimento dos Sem-Terra de Santa Cruz, liderados por Wilfor Colque Caceres. Segundo ele, o principal motivo da crise política na Bolívia não é a distribuição dos lucros da exploração de gás e petróleo nem a questão da autonomia departamental: "O que está por trás de tudo é a reforma agrária, pois os grandes latifundiários do país não querem ceder parte de suas terras aos camponeses", disse. Caceres afirmou que este é o principal motivo porque a classe rica do país não quer aprovar a nova Constituição, que prevê a expropriação de propriedades que não cumprem função social.

O destino da marcha seria influenciado por uma reunião hoje no final da tarde em Cochabamba, entre o presidente Evo Morales e representantes da oposição, para a ratificação de um acordo.

A reunião porém pode ser adiada para amanhã. Segundo o jornal boliviano La Razon, o prefeito de Tarija, Mario Cossio, informou que o prefeitos encontravam dificuldades para comparecer ao encontro convocado por Evo Morales hoje devido a suspensão dos vôos de Tarija, Santa Cruz e Beni.

Com informações da Agência Brasil e do jornal boliviano La Razón.

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