Cidades

Mãe pede Justiça por filho morto pela PM após assalto

Redação | 06/10/2010 13:34

A cabeleireira Darci Batista de Rezende, de 45 anos, dedica os últimos 2 meses a cobrar justiça depois da morte do filho Luiz Eduardo Batista de Rezende,aos 21 anos. Ela diz que o rapaz foi executado pela Polícia Militar, no dia 3 de agosto, por ser suspeito de assaltar uma lan house no bairro Piratininga, em Campo Grande.

"Ele não resistiu à prisão e não estava com nenhuma arma", argumenta a mãe que reuniu quatro testemunhas e documentos para tentar provar a inocência do filho Ela procurou o Núcleo de Práticas Jurídicas da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) em busca de apoio jurídico.

Professor universitário e promotor de Justiça aposentado, o advogado que acompanha o caso, Ulisses Duarte, de 65 anos, explica que foi feita uma representação na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) pedindo providências sobre o caso.

Ele informou que a Secretaria determinou a abertura de inquérito militar e a mãe já prestou depoimento. Duarte conta que, inconformada com a morte, a cabeleireira conseguiu uma declaração do assaltante de que o filho dela não estava envolvido no crime. Outra declaração de uma pessoa que se diz testemunha do crime foi enviada à Sejusp.

Nela, um rapaz conta ter visto um policial militar gritar para o jovem que estava em um lava jato do posto de combustíveis na esquina da Albert Sabin com a José Rosa 'sai sai' e em seguida atirar.

A pessoa cujo nome é preservado, mas foi informado à Sejusp, diz que em seguida um cabo da PM passou com uma pistola .40 e enquanto o jovem gritava de dor pelo tiro na nádega, disparou mais uma vez. Conforme a mãe, o segundo tiro atingiu a nuca do rapaz.

"Se prevalecerem as provas nós estamos diante de um homicídio. Não é ação policial normal", defende o advogado. Ele diz que apesar de o garoto ter tido problemas com a Polícia na adolescência, não havia nenhum processo contra ele. "Era réu primário, não tinha condenação alguma", ressalta.

Duarte argumenta que o tiro que matou o rapaz foi na nuca. "Tiro nas costas ou pelas costas não é legitima defesa", diz. Ele não entra no mérito de o jovem ter ou não participado do roubo, porque segundo o advogado isso compete à Polícia Civil.

Assalto

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