Cidades

Lojas Americanas agiu de má fé ao entregar imagens editadas, diz advogada

Paula Vitorino e Francisco Júnior | 04/05/2011 13:13

Segurança disse para vítima que ele entraria em "Sala do pânico"

Vigia falou novamente com a imprensa hoje, ao lado da advogada.
Vigia falou novamente com a imprensa hoje, ao lado da advogada.

A advogada do vigilante que diz ter sido espancado por um segurança das Lojas Americanas sob a acusação de furtar ovo de Páscoa, Regina Iara Bezerra, afirmou que a empresa agiu de má fé quando entregou para a polícia o vídeo das câmeras de vigilância interna editado.

Inicialmente, as imagens foram fornecidas pelas Lojas Americanas de forma editada, mas a delegada Daniella Kades, que investiga o caso, já teve acesso ao vídeo na íntegra. Nesta manhã ela fez perícia na sala onde aconteceram as agressões para verificar se o local realmente não possui câmeras.

O vigilante Márcio Antonio de Souza, vítima da agressão, ainda contou que o segurança que o abordou dentro da loja e o levou para a sala reservada disse: “Agora você vai entrar na sala do pânico”.

De acordo com a delegada Regina, o crime passa a configurar como tortura e não mais como lesão corporal grave por conta do que foi dito pelo segurança à vítima.

Márcio terá de ser submetido a cirurgia para reconstituição da cartilagem do nariz. Ele sofreu lesões nos olhos, ouvidos e nariz, e afirma que ainda não ouve direito e não enxergar com o olho esquerdo.

Além das lesões, ele disse que está “traumatizado” e vai precisar de acompanhamento psicológico para se recuperar. O vigilante está tomando seis remédios por dia.

A vítima deve passar por uma nova perícia no IML (Instituto Médico Legal) daqui há quatro meses para verificar se sofreu alguma lesão permanente.

Ainda amanhã, a delegada irá apresentar queixa-crime por racismo e lesão corporal grave contra o segurança Décio Garcia de Souza, apontado como o funcionário autor das agressões. Ela também entrará na justiça contra as Lojas Americanas e a empresa de segurança do local por danos morais.

Nos siga no