Cidades

Cabeça de esquema criminoso, Polaco foi preso em chácara de Eldorado

Aline dos Santos e Paula Vitorino | 23/11/2011 10:35

Ele é apontado como cabeça da organização criminosa que atua no contrabando de cigarro. Um dos presos em Murtinho é apontado como parente do contrabandista

Os três presos em Porto Murtinho estavam na mesma casa. (Foto: Divulgação)
Os três presos em Porto Murtinho estavam na mesma casa. (Foto: Divulgação)
Arma de fogo foi apreendida pelos policiais, em Murtinho. (Foto: Divulgação)

Deflagrada nesta quarta-feira, a operação Alvorada Voraz prendeu o traficante Alcides Carlos Grejianin, conhecido como Polaco. Ele é apontado como cabeça da organização criminosa que atua no contrabando de cigarro.

Polaco é dono de um patrimônio milionário. A justiça federal já sequestrou seis fazendas de propriedade do contrabandista, sendo uma avaliada em R$ 20 milhões. Ele responde a processos por contrabando de cigarro e lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, a justiça arrecadou R$ 7 milhões com leilão do gado apreendido. “Foram leiloados aproximadamente 9 mil cabeças de gado”, afirma o juiz federal Odilon de Oliveira. Conforme o magistrado, as fazendas foram arrendadas.

A operação desencadeada nesta quarta-feira se estendeu nas cidades de Antonio João, Caracol, Jardim, Porto Murtinho, Campo Grande, Eldorado e Brasilândia, além de Brasília (DF) e Umuarama (PR). A ação reúne 200 profissionais.

Em agosto de 2007, Polaco chegou a ser preso quando foi apontado como um dos envolvidos na morte do auditor da Receita Federal, Carlos Renato Zamo.

Na época, também haviam sido presos Pedro Luiz Balan, ex-prefeito de Eldorado, Luiz Carlos Favato de Aro, conhecido como “Tiozinho”, o policial militar Julio Cezar Roseni, Antônio José da Silva Júnior, conhecido como “Peba” e Uilson Francisco de Oliveira, conhecido como “Quinzão”.

Carlos Renato Zamo foi assassinado em outubro de 2006. Ele foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na MS-295, entre as cidades de Iguatemi e Eldorado

Esquema - O esquema que a operação desmonta envolve sete policiais militares e um agente tributário lotado em Brasilândia. Além de Polaco, foram presas outras duas pessoas, que também tinham mandado de prisão.

A ação já cumpriu sete mandados de prisão. Ao todo, deveam ser cumpridos 28 mandados de busca e apreensão domiciliar, 9 mandados de busca e apreensão de veículos e 17 mandados de prisão temporária.

Os civis pagavam propina a servidores públicos para permitirem a passagem de carregamentos de cigarros, que obrigatoriamente passam por Porto Murtinho, Bela Vista, Jardim, Sidrolândia e Campo Grande, rota dos contrabandistas vindos do Paraguai, com destino a outros Estados.

Em Porto Murtinho, foram três prisões e quatro mandados de busca e apreensão. Os três acusados foram encontrados em uma casa no município, onde ao menos três veículos, uma arma de fogo e munições foram apreendidas. A informação preliminar é de que um dos presos em Murtinho é parente de Polaco.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investiga o crime desde outubro do ano passado. Foram realizadas apreensões de mais de 50 carretas de cigarros em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, totalizando sete milhões e quinhentos mil maços apreendidos e um prejuízo em torno de 20 milhões de reais para o grupo criminoso.

A operação é realizada pelo Gaeco, PRF (Polícia Rodoviária Federal), comando da PM (Polícia Militar), com auxílio do Nurep (Núcleo de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal).

O nome “Alvorada Voraz” é alusivo à música do conjunto RPM, que retratava a existência de grupos criminosos formados por agentes públicos envolvidos em contrabando.

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