Cidades

Justiça manda despejar invasores de casas no Noroeste

Redação | 10/07/2010 08:32

Uma decisão liminar concedida na sexta-feira pelo juiz Paulo Cinotti, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, determinou o despejo das famílias que invadiram casas no Residencial Noroeste.

As casas foram construídas por meio de um convênio entre a Agehab (Agência Estadual de Habitação) e a Prefeitura de Campo Grande e, segundo a liminar, seriam entregues no dia 8 de junho aos moradores, mas 34 estavam invadidas.

As famílias afirmam que invadiram as casas por não terem onde morar e fazem críticas à forma como é feito o cadastro da Agehab. Com a presença dos oficiais de justiça e da Polícia Militar, móveis e utensílios foram sendo colocados para fora da casa, em meio a reclamações de uns e resignação de outros.

Para o despejo, foram deslocadas equipes da Polícia Militar, entre elas a Tropa de Choque e a Cigcoe (Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais). A Tropa de Choque ficou a postos, que também levou cachorros, ficou a postos e alguns dos policiais acompanham as famílias retirando das casas os móveis.

A Agehab mandou um caminhão de mudanças e uma equipe que está auxiliando os moradores na retirada dos móveis.

Razões - Marliane Pinho, de 26 anos, afirmou que deixaria a casa, mas que ficaria em frente ao local, onde estão seus móveis. Ela está com dois filhos, de 2 e 3 anos, e com a mãe. "Não vou sair daqui", repetia. Ela disse que antes morava de favor.

A presença da PM e dos oficiais de justiça chamou a atenção e muitas pessoas estão nas ruas, observando o trabalho, e comentando.

Na casa ocupada por Janete Dias, de 33 anos, a preocupação era com a mãe dela, que estava passando mal com a determinação de saída.

Houve muita reclamação do cadastro feito pela Agehab para distribuir as casas. "O cadastro não privilegia as famílias de baixa renda", afirmou Marliane.

O coordenador jurídico da Agehab, Marco Antônio Rodrigues, que estava no local, defendeu o cadastro, afirmando que ele leva em consideração uma série de informações sobre as famílias. "Não é uma coisa bagunçada".

Sobre o despejo, disse que houve tentativa de negociação para saída pacífica, aceita por famílias de outro residencial na região ocupada, mas que no caso destas casas, as famílias se recusaram a sair.

Uma outra queixa feita, de quem foi beneficiado pelas casas não ocupa os imóveis por desinteresse, também foi comentada pelo advogado.

Segundo ele, a designação das casas foi recente e as famílias não tiveram nem tempo de se organizar para fazer a mudança, e as casas já foram invadidas.

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