Cidades

Jovem suspeita de matar bebê diz que escondia gravidez da família

Leandro Abreu | 14/06/2016 15:12
Mãe enrolou recém-nascida em toalhas e escondeu em mala. (Foto: Reprodução/ Ivi Agora)
Mãe enrolou recém-nascida em toalhas e escondeu em mala. (Foto: Reprodução/ Ivi Agora)

Em depoimento à polícia, a jovem de 23 anos presa por matar asfixiada sua filha recém-nascida disse que sabia da gravidez de oito meses, mas a escondia por medo e vergonha da família. A mulher foi presa na cidade de Dracena, no interior de São Paulo, mas é moradora de Ivinhema, município a 282 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com a delegada Luciana Nunes Falcão Mendes, da DDM (Delegacia da Defesa da Mulher) de Dracena, a jovem estudava fisioterapia em uma universidade na cidade de Adamantina, mas trancou o curso no fim do ano passado. “Desde abril, ela tinha voltado para Adamantina para terminar o processo de tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ela estava hospedada na casa de uma amiga, quando na madrugada de sexta-feira (10) ela disse que passou mal, entrou em trabalho de parto e teve o bebê no banheiro da casa. Em seguida, ela acreditava que o bebê estava morto, enrolou em uma toalha e escondeu na mala”, detalha.

Perguntada durante o depoimento porque não chamou os familiares da amiga, que sabiam da gravidez, a jovem afirmou que estava com muito medo e não sabia o que estava fazendo. “No fim da tarde de sexta-feira ela ligou para uma outra amiga daqui de Dracena, para buscá-la. Quando chegou aqui, ela passou mal por conta da hemorragia e foi internada no hospital. Após exames, foi confirmada pelo obstetra de plantão a suspeita de aborto, que foi comunicada à Polícia Civil no sábado”, comenta a delegada.

No domingo, a polícia fez buscas para identificar a amiga de Dracena, que a levou até o hospital. “Ela foi ouvida e apresentou a mala que pertencia à jovem para o plantão vistoriar. Foi nesse momento que abriram e encontraram a bebê morta. O laudo necroscópico do bebê confirmou que ele nasceu com vida, pois chegou a respirar. Está confirmado também que a morte foi por asfixia mecânica, mas o inquérito deve apurar ainda se ela sabia que o bebê estava vivo, se a asfixia seria dos panos ou se ela mesma asfixiou”, explicou Luciana, lembrando que a polícia ainda deve apurar se a jovem entrou em trabalho de parto ou se fez alguma manobra abortiva.

Por conta do crime ter ocorrido em Adamantina, a investigação do caso foi transferida nesta terça-feira para a Delegacia da Mulher do município. A jovem foi presa em flagrante por infanticídio, que tem pena de 2 a 6 anos de prisão.

A família da jovem, que mora em Ivinhema, foi informada sobre o caso e já está em Dracena. “Como o bebê nasceu com vida, ele precisa ser registrado pela família e enterrado em seguida. Eles já estão aqui na cidade para esse trâmite. O pai da criança também já foi identificado, mas não terá a identidade revelada por enquanto”, conclui a delegada.

A jovem estava entre a 37ª e 38ª semana de gestação e a criança nasceu com 2,7 kg. Ela está presa na cadeia de Dracena e deve ser transferida ainda hoje para a penitenciária feminina de Tupi Paulista.

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