Internado desde o mês passado, juiz Danilo Burin morre aos 63 anos no RS
O juiz Danilo Burin, 63 anos, morreu ontem à noite na cidade de Santa Cruz do Sul (RS), onde estava internado desde o mês passado.
Segundo informações do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o corpo será velado na cidade neste domingo e será cremado entre hoje e amanhã.
O estado de saúde de Burin teve complicações nos últimos dias. Conforme informações da família, ele estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e reagia bem ao tratamento, mas faleceu em função de uma parada cardíaca, ocorrida em função de uma piora no quadro pulmonar e infecção generalizada. Antes ele já havia sofrido um infarto e reagiu bem após a cirurgia, mas teve que retornar à UTI, vindo a falecer em razão de nova parada cardíaca.
O magistrado, que estava aposentado desde julho do ano passado, dedicou-se nos últimos nove anos no restabelecimento de jovens infratores por meio de medidas socioeducativas de internação dos adolescentes.
A juíza Katy Braun do Prado, titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da capital, reconheceu, publicamente, a dedicação de Danilo Burin na magistratura.
"Ele nunca perdeu a capacidade de se indignar com a injustiça e, na atuação na vara da infância e juventude, foi um referencial para os adolescentes que julgou".
"Seus cabelos brancos facilitavam a internalização da figura de autoridade, pois quase sempre lidava com adolescentes criados sem limites, representava também o compromisso de um pai amoroso com o desenvolvimento sócio-educativo dos seus ‘meninos’. Muitos deles voltaram para compartilhar a alegria da conclusão de um curso, da conquista do primeiro emprego, de um casamento, do nascimento de um filho”, definiu a magistrada à época da aposentadoria do juiz.
Trajetória - Danilo Burin nasceu em Sobradinho (RS) e ingressou na magistratura sul-mato-grossense em 1988. No ano seguinte, foi promovido para juiz de 1ª entrância e assumiu as funções na Comarca do município de Nioaque.
Em dezembro de 1995 foi novamente promovido e passou a atuar como juiz de 2ª entrância e assumiu a 2ª Vara Cível da Comarca de Naviraí.
Em 2002, foi promovido a juiz de entrância especial e se tornou titular da Vara da Infância e Juventude da Capital.
Foi representante de Mato Grosso do Sul no Fonajuv (Fórum Nacional de Justiça Juvenil) criado em 8 de agosto de 2008, grupo que se reunia em encontros regionais para intercâmbio sobre adolescentes infratores e a realidade de cada região.
Coordenou os trabalhos da Justiça Restaurativa, implantando no Estado em julho do ano passado. Atualmente era membro da diretoria da Abraminj (Associação dos Magistrados da Infância e Juventude do Brasil). (Com informações do TJ/MS)