Interior

Zenilda, 52 anos, diz ter sido tratada como “lixo” na porta de banco

Renata Volpe Haddad | 18/08/2015 18:12
A autônoma Zenilda conta que nenhum funcionário do banco a ajudou. (Foto: O Pantaneiro/Divulgação)
A autônoma Zenilda conta que nenhum funcionário do banco a ajudou. (Foto: O Pantaneiro/Divulgação)
Zenilda tirou a roupa depois de tentar passar pela porta giratória por quatro vezes. (Foto: Direto das Ruas)

"Estou me sentindo ridicularizada, humilhada, pois ninguém da agência me ajudou, nenhum funcionário interviu na situação", assim a autônoma Zenilda Duarte Paulino, 52, descreve o que passou na manhã de hoje, quando precisou tirar a roupa para conseguir atravessar pela porta giratória do Banco do Brasil, em Aquidauana, distante 135 km de Campo Grande.

Zenilda explica ao Campo Grande News, que já trabalhou em banco e sabe como funciona os procedimentos para poder entrar na agência. "Já na fila eu tirei minhas pulseiras, colar e chaves de dentro da bolsa, mas não consegui passar", afirma.

Por mais três vezes, a autônoma tentou entrar e não conseguiu. "Eu pedi para os guardas olharem minha bolsa, tirei tudo que estava dentro. Não tinha nada que impedisse minha passagem, mas mesmo assim, não liberaram a porta", explica.

Em um momento de raiva, Zenilda resolveu tirar a roupa, deixando os pertences para trás. "Fiquei com raiva, na hora eu pensei que essa seria a única solução. Nenhum funcionário do banco me ajudou, chamaram a polícia para mim e o policial foi o único a pegar a minha roupa e me auxiliar no que eu deveria fazer, me senti um lixo", comenta.

Após a Polícia Militar chegar ao local, o gerente do banco apareceu, conta Zenilda. "Me colocaram em uma sala, me vesti, troquei meu cheque e sai chorando do banco, estava tão nervosa que não consegui pilotar minha moto, os policiais precisaram me levar à delegacia para eu poder registrar o boletim de ocorrência", ressalta.

A autônoma finaliza dizendo que é mãe de três filhos e nunca planejou tomar uma atitude como essa, mas precisa lutar pelos seus direitos.

Conforme a advogada de Zenilda, Letuza Becker Vieira, será movido um processo de danos morais, pois a atitude do banco é reprovável, sendo que limitou o acesso da cliente. "Ela ficou mais de 10 minutos tentando entrar na agência e como não conseguiu, tirou a roupa como forma de protesto", enfatiza.

A advogada explica que o objetivo não é enriquecer as custas do banco, mas é uma forma de punição para isso não voltar a acontecer, pois feriu a integridade moral da cliente e o código de defesa do consumidor.

Nos siga no