Interior

Trabalhadores rurais prometem fechar BR se não forem atendidos pela Agraer

Luciana Brazil | 28/05/2013 15:02
Trabalhadores se reúnem em frente a sede da Fazenda Matão para pedir agilidade na entrega do PDA. (Foto:Divulgação)
Trabalhadores se reúnem em frente a sede da Fazenda Matão para pedir agilidade na entrega do PDA. (Foto:Divulgação)

Trabalhadores rurais do Assentamento Matão, em Bandeirantes, a 70 km de Campo Grande, protestaram, na manhã de hoje, contra a demora na conclusão do PDA (Programa de Desenvolvimento do Assentamento), emitido pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Com cartazes e faixas, as 53 famílias do assentamento pedem rapidez na entrega do documento e prometem fechar BR-163, caso não sejam atendidos. Eles se reuniram em frente a sede da fazenda Matão. 

Durante o protesto, técnicos da Agraer receberam os pedidos feitos pelos assentados e prometeram levar as reivindicações até os chefes da Agência de Desenvolvimento. 

Segundo os trabalhadores, sem o PDA, que é uma exigência do Programa da Reforma Agrária, os assentados que receberam lotes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em maio de 2011, não conseguem recebem recurso, apoio ou benefício.

Eles garantem que a Agência de Desenvolvimento ficou de entregar o PDA em agosto do ano passado, mas até agora os assentados não receberam a documentação. De acordo com os trabalhadores, se até a próxima terça feira a Agraer não entregar o PDA, novos protestos devem acontecer. Eles prometem organizar manifestações em Bandeirantes, na governadoria e, se não forem atendidos, planejam inclusive fechar a BR-163.

O presidente da Agriban (Associação dos Trabalhadores Rurais de Bandeirantes), Oduvaldo Alves da Silva, disse que o atraso na conclusão do PDA, por parte da Agraer, vem gerando no Projeto Matão, inúmeros e graves problemas econômicos e sociais.

“Fazem dois anos que recebemos os lotes. Nesse período cumprimos tudo o que foi exigido pelo Plano de Desenvolvimento do Assentamento. Mas infelizmente nada aconteceu até agora. Nem mesmo o crédito de instalação e inicial foram liberados aos beneficiários desse projeto de assentamento. Segundo informações do Incra, o motivo desse prejudicial atraso, seria a não conclusão do PDA por parte da Agraer. Por isso decidimos iniciar as manifestações”, disse Oduvaldo.

O vice-presidente da Associação de Trabalhadores, Vilson Ribas Vicente, informou que sem esse apoio inicial, muitos assentados passaram a enfrentar dificuldades diante dos projetos que envolvem os lotes. Alguns, por necessidade de sobrevivência, precisam abandonar os lotes e buscar trabalho nas cidades. Vilson afirma que a situação acaba prejudicando o trabalhador e o projeto do governo Federal que tenta, através da Reforma Agrária, dar ao trabalhador condições de se estabelecer no campo.

“Se não entregarem o PDA, buscaremos apoio junto aos órgãos competentes como MPE (Ministério Público Estadual), MPF (Ministério Público Federal), TCU (Tribunal de Contas da União), e o PROCON. Levaremos os problemas enfrentados por essa comunidade rural, aos órgãos de imprensa do Estado de Mato Grosso do Sul”, enfatizou o vice-presidente.

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