Interior

Tentativa de suicídio de adolescente revela seis anos de estupros

Menina começou a ser estuprada quando tinha 8 anos pelo tio e padrinho, que a ameçava de morte

Silvia Frias | 06/10/2021 10:27
Audiência para ouvir vítima de estupro foi marcada pela Justiça, em Sidrolândia. (Foto: Divulgação)
Audiência para ouvir vítima de estupro foi marcada pela Justiça, em Sidrolândia. (Foto: Divulgação)

Homem de 48 anos foi denunciado por abusar da sobrinha e afilhada desde que a menina tinha 8 anos, de 2011 a 2017. Os estupros foram descobertos somente em 2019, quando a vítima, já adolescente com 16 anos, tentou se matar e contou para a mãe o que aconteceu.

Em publicação hoje no Diário da Justiça, consta que o juiz da comarca de Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, indeferiu os argumentos da defesa, que rebateu o mérito da ação, sem apresentar provas que implicassem na rejeição da acusação ou na absolvição sumária.

Na decisão, o juiz marcou audiência para dia 10 de novembro, determinando a presença da vítima acompanhada de responsável. O reú, tio da adolescente, não poderá estar presente, por ser ambiente pequeno e para evitar que eles se encontrem. Foi deferido direito de assistir por videoconferência.

Caso – Consta na denúncia que a vítima começou a ser abusada a partir de 2011, quando tinha 8 anos, até 2017, em Sidrolândia. No dia 9 de agosto de 2019, a mãe foi à Polícia Civil denunciar o tio da menina.

A mãe contou que, no dia anterior, a menina, então com 16 anos, tentou suicídio, atirando-se na frente de motocicleta. Depois disso, a garota relatou os abusos para a mãe.

Ainda criança, ia para a casa da avó, onde dormia todas as sextas-feiras. Quando a mulher se ausentava, é que os abusos eram cometidos. O homem, então com 38 anos, passava a mão no corpo da vítima e, outras vezes, a imobilizava, cometendo os estupros.

A menina era ameaçada de morte para que não contasse nada a ninguém. Para disfarçar, ele sempre dava presentes para afilhada.

No relato à mãe, disse que sentia muita raiva do que aconteceu e, por isso, passou a se cortar com estilete até ao dia que tentou se matar. No processo, a mãe lembra que a filha era uma menina tranquila até chegar aos 8 anos, quando começou a alterar seu comportamento, evitando convívio social ou familiar, ter queda no rendimento e evitar brincadeira com os amigos.

O réu, hoje com 48 anos, responde ao processo em liberdade.

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