Interior

Temendo ataques, Paraguai montou rotas falsas para extraditar Pavão

Helio de Freitas, de Dourados | 28/12/2017 09:32
Movimentação na madrugada de hoje em frente ao quartel de grupo de elite da polícia, onde Pavão estava preso (Foto: ABC Color)
Movimentação na madrugada de hoje em frente ao quartel de grupo de elite da polícia, onde Pavão estava preso (Foto: ABC Color)

O avião da Polícia Federal brasileira com o narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão decolou por volta de 8h15 de hoje (28) do aeroporto de Luque, nos arredores de Assunção, capital do Paraguai. O destino é Santa Catarina, segundo um dos advogados de defesa do bandido sul-mato-grossense, Adrian Brizuela.

Antes de Pavão ser colocado no avião da PF, no entanto, o clima foi de tensão na capital paraguaia. Natural de Ponta Porã (MS), ex-barão da droga de Santa Catarina e ainda um dos maiores fornecedores de cocaína para o Brasil e a Europa, Jarvis é temido no Paraguai.

Ele foi levado de helicóptero do quartel da Agrupación Especializada – grupo de elite da Polícia Nacional do Paraguai – até o Grupo Aerotático, onde foi entregue para a PF.

Temendo ataques de aliados de Pavão, para uma tentativa de resgate, ou até mesmo um atentado por parte de seus inimigos, a polícia paraguaia criou rotas falsas. Enquanto ele era levado de helicóptero, três caravanas de viaturas saíram do quartel ao mesmo tempo, por trajetos diferentes, para despistar.

A imprensa paraguaia chamou o esquema montado para a extradição de Jarvis Pavão de “mega operação sem precedentes”, tamanha a força de segurança instalada tanto nos arredores do quartel onde ele estava preso quanto no aeroporto, onde foi entregue aos policiais brasileiros.

“Usando um colete à prova de balas, um capacete e fortemente escoltado: foi assim que ele passou seus últimos momentos no Paraguai depois de ter completado sua sentença de oito anos por lavagem de dinheiro, associação criminosa e violação da lei de armas”, diz o jornal ABC Color.

"Cumprimos nossa missão constitucional de proteger a vida", afirmou o comandante da Polícia Nacional, Luis Carlos Rojas. Segundo ele, para cumprir a extradição medidas de segurança extremas foram tomadas, para evitar efeitos colaterais.

A extradição cumprida hoje foi requerida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina e concedida em 2010. Pavão está condenado no estado catarinense a 17 anos e 8 meses por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e associação criminosa.

“Entregue a Deus” – Adrian Brizuela, advogado de Pavão, disse que seu cliente está resignado quanto à extradição e “completamente entregue a Deus”.

“Nunca houve intenção de fuga ou resgate. Quando ficou sabendo da decisão da juíza Lici Sanchez – que ordenou a extradição – ele começou a fazer as malas, empacotou a Bíblia e seus livros. Ele queria ficar no Paraguai, cumprir sua sentença aqui, porque teme pela própria vida no Brasil”, afirmou o advogado.

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