Interior

Sobreviventes pedem que barco seja guinchado para por fim a agonia

Caroline Maldonado e Priscilla Peres, enviada especial a Porto Murtinho | 26/09/2014 12:54
Inconsoláveis, sobreviventes querem apenas que barco seja içado o quanto antes (Foto: Marcelo Calazans)
Inconsoláveis, sobreviventes querem apenas que barco seja içado o quanto antes (Foto: Marcelo Calazans)

A espera só aumenta a agonia e os cinco sobreviventes paranaenses do barco-hotel naufragado no rio Paraguai pedem as autoridades que façam a remoção da embarcação que está a uma profundidade de 17 metros. Reunidos em Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande, os amigos não pretendem ir embora antes que todos os desaparecidos sejam encontrados.

Como não há no município alguma máquina que possa quinchar o barco, dois dos sobreviventes se reuniram até com o juiz da cidade Cézar Fidel Volpe pedindo ajuda para solucionar a situação. Segundo o capitão tenente da Marinha, Alexandre Brandão, se fosse solicitada uma embarcação rebocadora de Corumbá, a 536 quilômetros do município, o veículo chegaria somente em quatro dias. A ideia então é conseguir um rebocador do Paraguai, mas nesse caso devem ser acertadas questões burocráticas, segundo o capitão.

Ontem (25), o candidato ao Governo Delcídio Amaral (PT), esteve no município e disse que tentaria viabilizar um rebocador para tirar o barco do fundo do rio, mas não disse de onde viria o barco.

Um dos sobreviventes, Márcio Ferreira Gameiro, 37 anos, contou que todos optaram pelo barco paraguaio e não um brasileiro, porque alguns deles eram amigos do dono da embarcação, Luiz Penayo. “O Luiz era conhecido de muitos anos então preferimos ir com ele e não uma embarcação do Brasil”, explicou.

Dificuldades – Os sobreviventes têm esperança de que os desaparecidos sejam encontrados coma remoção do barco. Valdecir Fernandes Freitas, 47 anos, conta que mesmo com as dificuldades e despesas para permanecer na cidade, os amigos ficarão no local até que a embarcação seja içada. “A agonia piora a cada dia. A gente não tem esperança de sobrevivente, mas somos todos amigos e queremos os corpos logo”, disse o paranaense.

As despesas com o avião que levou os três corpos já encontrados foi pago pelos amigos. O custo foi de R$ 12 mil. Na manhã de hoje, Delcidio colocou a FAB (Força Aerea Brasileira) a disposição para levar os corpos que forem encontrados. Para amenizar os prejuízos dos sobreviventes, a prefeitura de Porto Murtinho pagou a diária de ontem de Valdecir e os demais.

Dos 27 ocupantes do barco hotel Sueño del Pantanal que virou durante tornado na quarta-feira (24), 13 se salvaram, nove estão desaparecidos e cinco corpos foram encontrados; dos turistas paranaenses Sidinei Romano, Moacir Pompelo, Manuel Coelho Siena, Eloy Müller e Leandro Donizete. Dentre os ocupantes, 11 eram tripulantes e os demais turistas do Estado do Paraná. Equipes do Exército, Defesa Civil, Marinha do Brasil, Polícia Militar Ambiental e bombeiros das cidades de Porto Murtinho, Campo Grande, Dourados e Jardim ajudam nas buscas.

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