Interior

Sob risco de assalto, ciclistas se aventuram em rodovia às escuras

Grupo pedala todas as noites na MS-156 e enfrenta perigo de acidentes e roubos no trecho entre Dourados e Itaporã

Helio de Freitas, de Dourados | 10/06/2015 17:05
Ciclistas se aventuram em trecho sem iluminação da rodovia MS-156, entre Dourados e Itaporã (Foto: Eliel Oliveira)
Ciclistas se aventuram em trecho sem iluminação da rodovia MS-156, entre Dourados e Itaporã (Foto: Eliel Oliveira)

Ciclistas de Dourados, a 233 km de Campo Grande, estão se aventurando na escuridão para conseguir pedalar à noite na MS-156, rodovia que liga à vizinha Itaporã. No percurso duplicado de 15 km, vários trechos estão com as lâmpadas apagadas e os ciclistas reclamam que além do perigo de um acidente ainda correm o risco de serem assaltados.

Diariamente, pelo menos cem ciclistas utilizam a rodovia para pedalar. Todos trabalham durante o dia e só têm tempo para o lazer à noite. Recentemente, um grupo foi atacado nas proximidades da aldeia Jaguapiru e uma ciclista perdeu a bicicleta, recuperada alguns dias depois.

Na noite de ontem, pelo menos oito ciclistas participaram de um protesto na rodovia para reclamar da escuridão e cobrar providências. Segundo eles, as prefeituras de Dourados e de Itaporã foram procuradas, mas afirmam que a responsabilidade pela manutenção da iluminação é do governo do Estado, já que a rodovia é estadual.

Assalto – “Essa rodovia duplicada e iluminada, para nós que trabalhamos o dia todo, é a melhor opção pra treino e passeio nos fins de tarde, mas ultimamente a iluminação não funciona em vários pontos, comprometendo a segurança dos ciclistas. No mês passado passamos por uma que nunca havia acontecido, uma ciclista foi abordada por índios com facas que a renderam e tomaram a bicicleta justamente em um local totalmente sem iluminação”, afirmo ao Campo Grande News o micro empresário Gauco Soler, 37, do grupo XC Dourados.

Segundo ele, os ciclistas reivindicam que a iluminação volte a funcionar em todo o trajeto da rodovia para não comprometer a segurança. “Já reivindicamos isso varias vezes nos órgãos públicos responsáveis. Pedimos até mesmo lombada eletrônica nos locais onde os carros passam em alta velocidade e colocam em perigo os ciclistas. Mas até agora não obtivemos resposta”, disse Glauco.

Empurra-empurra – O empresário Adrielson Galvão, 34, disse ao Campo Grande News que até agora o único pedido de providências foi feito ao governo do Estado pelo deputado estadual José Carlos Barbosa (PSB). Em indicação apresentada na Assembleia Legislativa, Barbosinha pediu a instalação de redutores de velocidade na rodovia.

“Estamos à mercê da situação. Estado empurra para as prefeituras, que empurram para o Estado”, afirmou Galvão, da Pró Pedal, associação filiada à Federação de Ciclismo de Mato Grosso do Sul.

Levantamento – Através da assessoria, a Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos) informou que na semana passada foi feito um levantamento no trecho da MS-156 e ficou constatado que existem 145 lâmpadas apagadas e um transformador queimado.

Conforme a agência, será preciso fazer um grande trabalho para recuperar a iluminação, feita há quatro anos e que nunca passou por manutenção. Conforme a assessoria, muitas lâmpadas que permaneciam acesas durante o dia foram deixadas desligadas, aumentando a escuridão no local.

Sem anunciar uma data, a Agesul informou que está prevista para semana que vem a abertura da licitação para trocar a iluminação da rodovia. O processo deve demorar pelo menos dois meses e só depois começa o serviço.

Agesul informou que está prevista para semana que vem a abertura da licitação para trocar a iluminação da rodovia (Foto: Eliel Oliveira)
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