Interior

Servidora presa em operação sobre desvios em Corumbá já está livre

Aline dos Santos | 01/06/2012 09:58

Ela foi solta por determinação da Justiça Federal

PF apreendeu documentos na prefeitura de Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/Diário Online)
PF apreendeu documentos na prefeitura de Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/Diário Online)

Presa pela PF (Polícia Federal) na operação Decoada, a servidora da prefeitura de Corumbá, Camila Campos Carvalho Faro, já está em liberdade. De acordo com o Diário Online, ela foi solta ontem à noite por determinação da Justiça Federal. A ação apura desvio de dinheiro público e direcionamento de licitações.

Também presos ontem, o secretário de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa, e o ex-diretor presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Rodolfo Assef Vieira, foram encaminhados para o EPC (Estabelecimento Penal de Corumbá).

O assessor de gabinete Carlos Porto, preso em Campo Grande, permanece na sede da delegacia da Polícia Federal de Corumbá. A Justiça determinou que Daniel Costa e Carlos Porto fossem afastados dos cargos.

A lista de afastamentos ainda inclui o secretário municipal de Saúde, Lauther Serra; diretor da junta interventora do Hospital de Caridade, Vitor Salomão Paiva; e os servidores Osana de Lucca, Márcio Androlage Chaves e Maria Vitória da Silva.

De acordo com o delegado da PF (Polícia Federal), Alexandre do Nascimento, as prisões e afastamentos foram por indícios de participação no esquema para lesar os cofres públicos. Ainda não foi determinado o tamanho do prejuízo, contudo, as fraudes envolvem milhões de reais em recursos federais.

Questor - A ação foi um desdobramento da operação Questor, realizada em maio de 2011, na prefeitura de Ladário, cidade vizinha a Corumbá. Na investigação, conforme a CGU (Controladoria-Geral da União), descobriu-se que maioria das empresas envolvidas na Questor é, atualmente, fornecedora, algumas de forma exclusiva, da prefeitura de Corumbá.

Na Questor, o crime consistia em montagem e manipulação de processos licitatórios, mediante a restrição ao caráter competitivo, falsificação de documentos para favorecer empresas fantasmas ou com vínculos com servidores da prefeitura de Ladário.

Na operação do ano passado, foram presas sete pessoas: seis servidores da prefeitura de Ladário e um empresário. Em ambos os casos, os desvios eram em de recursos destinados às áreas de Saúde, Educação e infraestrutura dos municípios. Ainda não foi oferecida denuncia à Justiça.

Asfixia – Ontem, a PF cumpriu mandados de buscas e apreensão na prefeitura, que ficou fechada, e no hospital de Corumbá, além da prefeitura de Ladário. Ao todo, foram quatro mandados de prisão temporárias (válidos por cinco dias), 36 mandados de busca e apreensão e 28 de condução coercitiva.

As investigações, que duraram mais de um ano, foram realizadas em conjunto pela Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), CGU e MPE (Ministério Público Estadual).

A força-tarefa apontou a ocorrência de fraudes e direcionamentos em licitações, corrupção, desvio de recursos públicos e pagamentos de propina, com o envolvimento de servidores públicos municipais e empresários.

A operação foi batizada de Decoada em analogia ao fenômeno natural em que vegetação local entra em decomposição na seca, reduzindo o oxigênio da água. Como a corrupção, que asfixia a população.

Participam dos trabalhos cerca de 100 policiais federais, 16 servidores da CGU e quatro policiais da Força Nacional de Segurança Pública.

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