Reportagens Especiais

Rota dos treminhões não tem plano de duplicação e só 1 balança monitora pesos

A rodovia tem contratos de R$ 161 milhões para manutenção e conservação

Aline dos Santos | 20/09/2021 08:55
BR-262 é caminho para escoamento do eucalipto, que alimenta fábricas de celulose. (Foto: Marcos Maluf)
BR-262 é caminho para escoamento do eucalipto, que alimenta fábricas de celulose. (Foto: Marcos Maluf)

Rota da celulose e caminho dos gigantes treminhões, a BR-262 não tem previsão de duplicação entre Campo Grande e Três Lagoas. Já o peso dos veículos é monitorado por somente uma balança móvel, que atende a todo o Mato Grosso do Sul. 

No último dia 10, a reportagem percorreu a rodovia entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara, numa viagem de solavancos, buracos e trepidações. A cadeia da celulose terá mais uma fábrica na região Leste do Estado, com a construção de nova unidade da Suzano em Ribas. 

Questionado sobre a possibilidade de duplicação da rodovia entre Campo Grande e Três Lagoas, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informa que toda melhoria, seja ela adequação de capacidade ou duplicação, é permitida após Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para tais empreendimentos. “No caso, não houve viabilidade para a duplicação”. 

No trajeto, a reportagem também verificou que no trecho em que a rodovia corta a cidade de Ribas do Rio Pardo, há muito fluxo de veículos. Eles cruzam a via de forma desordenada, com risco de acidentes. Neste caso, o departamento identificou necessidade de intervenção, mas não há recurso no orçamento para obras. 

Travessia urbana em Ribas precisa de melhorias, mas não há dinheiro no Orçamento da União. (Foto: Marcos Maluf)

Segundo o Dnit, estudo confirmou a necessidade de “melhorias” na travessia urbana de Ribas do Rio Pardo. “A SR-DNIT/MS [superintendência] possui um anteprojeto de engenharia dessa travessia, porém com os parcos recursos de nossa LOA (Lei de Orçamento Anual), não conseguimos lançar novos empreendimentos, apenas a manutenção de nossas rodovias nos 3.200 km de extensão”. 

Uma balança – O Dnit ainda informa que o pavimento da BR-262 foi dimensionado para suportar os treminhões, desde que com seu peso regulamentado.

“O DNIT/MS possui 01 balança móvel que atende todo o estado. A contratação de empresas para a execução desse tipo de serviço é realizada pelo DNIT Sede. No período de janeiro a setembro de 2021, foram realizadas várias operações de pesagem de veículos na BR-262/MS, totalizando 158 dias de trabalho, alcançando o resultado de 2012 veículos fiscalizados, sendo constatado algum tipo de excesso de peso em 1.983 veículos”. Os veículos com excesso de peso são autuados. 

Trecho entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara tem obras do Dnit. (Foto: Marcos Maluf)

Contratos – A BR-262 passa por obras de restauração, por meio de contrato com o Consórcio Ethos/Pavidez/Spazio. Firmado em 2017, o contrato abrange trecho entre os quilômetros 4 e 191 (Três Lagoas até o entroncamento de Santa Rita do Pardo). 

“Hoje já encontra-se restaurado do km 15 ao Km 95, sendo que foram feitos mais 19 km de terceiras faixas nesse segmento. Ainda esse ano executaremos mais 11 km de pista e terceiras faixas”. Conforme a nota divulgada ao Campo Grande News, o valor do contrato a preço inicial é de R$ 149.999.999,00.

Neste ano, foi firmado contrato de manutenção com empresa LCM, no trecho Água Clara a Ribas do Rio Pardo, com valor de R$ 11.193.100,00.

Asfalto deteriorado em rodovia no caminho para Àgua Clara. (Foto: Marcos Maluf)


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