Interior

Quase metade das empresas de Dourados demitiu funcionários na pandemia

Segundo pesquisa da Associação Comercial, 55,18% das empresas mantiveram o mesmo quadro

Helio de Freitas, de Dourados | 18/06/2021 16:39
Lojas da Avenida Marcelino Pires fechadas durante o lockdown em Dourados (Foto: Arquivo)
Lojas da Avenida Marcelino Pires fechadas durante o lockdown em Dourados (Foto: Arquivo)

Quase metade das empresas de Dourados (a 233 km de Campo Grande) teve de demitir funcionários durante a pandemia da covid-19, iniciada em março de 2020. Segundo os números divulgados hoje (18) pela Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados), 55,18% dos estabelecimentos não demitiram colaboradores durante o período de pandemia.

Em 27,58% das empresas, até cinco funcionários foram demitidos e 17,24% disseram que demitiram mais de cinco funcionários.

Entretanto, a situação atual pode ser mais greve, pois a pesquisa foi feita de 10 a 14 de maio, ou seja, antes do lockdown de duas semanas decretado pela prefeitura, que foi de 30 de maio a 12 de junho.

O “fecha tudo” adotado pelo prefeito Alan Guedes (PP) para tentar conter a disseminação do vírus no pior momento da pandemia em Dourados provocou protestos de comerciantes. Com exceção de mercados, farmácias, padarias, açougues e postos de gasolina, todos ficaram fechados por duas semanas e houve apenas delivery de comida.

A associação também perguntou quantos colaboradores as empresas precisaram afastar durante o período e 41,37% do empresariado respondeu que precisou afastar até cinco funcionários.

Outros 24,16 % afirmaram que não afastaram nenhum, 20,68% afastaram de seis a 15 funcionários e 13,79% afastaram mais de 15 trabalhadores.

Ainda segundo a pesquisa, mais de 50% das empresas (a assessoria não especificou o número exato) já registraram casos de covid-19 entre seus colaboradores desde o início da pandemia. 

Sobre orientações e treinamentos de biossegurança, 68,96% dos entrevistados responderam já tiveram e 31,04% informaram não ter conhecimento.

Tratamento precoce – A pesquisa da Aced mostrou que percentual considerável dos empresários douradenses ainda acredita na eficácia do chamado “tratamento precoce”, propagado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores mesmo sem comprovação científica.

Para 58,63% dos empresários, o tratamento mais eficaz para combater a doença é a vacina. Outros 37,93% apontaram o tratamento precoce e 3,44% responderam com tratamento tardio.

Para mais de 62% do empresariado douradense, o toque de recolher não tem influência na redução dos casos de coronavírus. Atualmente a circulação de pessoas está limitada das 20h às 5h.

“Apesar de todas as dificuldades impostas aos empresários desde o início da pandemia, podemos destacar alguns pontos positivos no levantamento, como o fato de 55,18% das empresas não terem demitido nenhum colaborador”, avaliou Nelson Eduardo Hoiff Brait, secretário da Aced.

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