Interior

Prefeitura libera dinheiro após comprar merenda no fiado por 60 dias

Contratos com APMs começaram a ser assinados ontem; secretária de Educação culpou antecessora por atraso na liberação do dinheiro

Helio de Freitas, de Dourados | 19/04/2017 13:08
Compras no fiado garantiram merenda de alunos de escolas municipais de Dourados neste ano (Foto: Arquivo)
Compras no fiado garantiram merenda de alunos de escolas municipais de Dourados neste ano (Foto: Arquivo)
Denise Portolann ao lado de Délia Razuk (Foto: A. Frota/Divulgação)

Dois meses após o início das aulas, a prefeitura de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, começou a liberar o dinheiro para compra de merenda e para a manutenção das 45 escolas da rede municipal de ensino.

Durante 60 dias, para garantir a alimentação dos 27 mil estudantes da educação infantil e ensino fundamental, muitas escolas tiveram de fazer compras no fiado, como aconteceu na Escola Weimar Gonçalves Torres, no Jardim Clímax, região oeste da cidade.

O diretor, Renato Machado Faria, recorreu ao fiado para garantir a merenda dos alunos e agora espera a liberação do dinheiro para pagar os fornecedores.

Nesta terça-feira (18), a prefeitura publicou no Diário Oficial do Município 43 extratos de liberação do dinheiro para as APMs (Associações de Pais e Mestres).

Em Dourados, a merenda e a manutenção das escolas são descentralizadas e a prefeitura repassa o recurso diretamente para os estabelecimentos de ensino através da APM, que gerencia os gastos.

Neste ano, o município de Dourados já recebeu R$ 656 mil do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para comprar merenda escolar e custear o programa Mais Educação. Apesar de ter dinheiro em caixa, a prefeitura atrasou a liberação para as escolas.

A Escola Weimar Torres, por exemplo, vai receber R$ 48,6 mil para comprar a merenda e fazer a manutenção do prédio. Assim como as demais escolas, o convênio vale de 10 de abril deste ano a 10 de janeiro de 2018.

Uma das maiores escolas da rede municipal de ensino de Dourados, a Lóide Bonfim Andrade, localizada no Jardim Água Boa, vai receber R$ 79,3 mil da prefeitura.

Culpa da antecessora – Ontem, a secretária de Educação de Dourados, Denize Portolann, culpou a antecessora, Andrey Conti Milan, pelo atraso na liberação do dinheiro para comprar merenda.

Andrey assumiu a pasta em janeiro, assim que a prefeita Délia Razuk (PR) foi empossada na prefeitura. Entretanto, ela ficou pouco mais de um mês no cargo e pediu exoneração em maio.

Então secretária de Administração, Denise foi nomeada como interina na Educação e efetivada na pasta no início deste mês.

"Nesses 15 dias como interina e oito dias desde que assumi a secretaria, estou fazendo um mutirão para regularizar as pendências. Quem estava não fez nada, porque se tivesse feito não estaria como está", disse Denise ao site Dourados News.

Hoje, o presidente da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, Idenor Machado (PSDB), informou ao Campo Grande News através da assessoria de imprensa que procurou a secretária de Educação e foi informado que o repasse começou a ser feito ontem.

O Campo Grande News procurou a prefeitura para saber se a prefeita Délia Razuk tinha conhecimento do atraso na assinatura dos contratos e se a administração confirma que o problema ocorreu por falha da ex-secretária.

A pedido da assessoria de imprensa, a reportagem enviou as perguntas por e-mail e foi informada que as respostas seriam encaminhadas até 11h30, o que não ocorreu até às 12h30 de hoje.

Nos siga no