Interior

Policial que matou tenente responderá pelo crime na Justiça Militar

Ana Paula Carvalho | 19/10/2011 17:45
Tenente (a esquerda) no dia 9 de setembro, quando assumiu comando em Cassilândia. (Foto: A Trinuna News)
Tenente (a esquerda) no dia 9 de setembro, quando assumiu comando em Cassilândia. (Foto: A Trinuna News)

O soldado da Polícia Militar Adriano Paulo da Silva, de 34 anos, responderá por ter matado o comandante da PM de Cassilândia, tenente Mario José Eufrásio da Silva, de 49 anos, na Justiça Militar.

De acordo com o vice-presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), Cláudio Souza, é direito do soldado ser julgado na Corporação, já que vítima e autor eram militares e o soldado utilizava um revólver do Estado. “A legislação prevê a transferência do caso da justiça comum para a militar já que ele estava com uma arma de carga e os dois eram policiais”, reforça.

Ainda de acordo com ele, o crime só poderia ser julgado na justiça comum se a vítima fosse um civil e o autor, militar, não estivesse de serviço ou utilizasse uma arma particular.

Na segunda-feira (17) a juíza de Direito de Cassilândia, Luciane Buriasco Isquerdo, decretou a prisão preventiva do soldado conhecido como “Paulão”.

Ela entendeu que ele poderia ameaçar as testemunhas, já que uma delas foi ameaçada por ele logo após o crime. “Pelo risco de ameaça às testemunhas, tendo havido ameaça no curso dos fatos a uma delas e tudo demonstrando por ora que o acusado não se submete a trâmites legais pela maneira que se comportou, donde se vê que pode vir a ameaçar testemunhas”, afirmou durante as justificativas.

Segundo Cláudio, mesmo sendo crime militar, ela tem Poder Pátrio, ou seja, pode pedir a prisão, desde que ela entenda que isso é necessário.

Comandante Geral - Na manhã desta quarta-feira (19) o comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto David dos Santos, afirmou que já foi instaurado procedimento administrativo para investigar o fato, as armas foram encaminhadas ao exame de balística para identificar de qual arma os tiros foram disparados. O processo já está em auditoria militar.

O caso - Eufrásio morreu no sábado, após ser chamado para resolver uma ocorrência na casa de Adriano. O comandante foi atingido por três tiros. Da arma do suspeito partiram duas balas calibre 38, que atingiram o abdome de Eufrásio.

Da cabeça, foi retirada munição calibre .40, a mesma utilizada pelos soldados Steffaner Beitiol de Freitas e José Antônio Ferreira carapiá, que no dia do crime estavam em serviço e também foram até a casa de Paulão, depois que a esposa dele procurou o quartel da PM para denunciar violência doméstica.

Em depoimento, um dos soldados admitiu ter disparado, na tentativa de imobilizar Paulão, que atirava contra o comandante. “Eles estavam muito chocados e, inclusive, choraram durante o depoimento”, conta o delegado.

Na casa foi encontrada uma munição da pistola do Polícia, mas alega que não se recorda do segundo disparo que pode ter atingido a cabeça do comandante.

Os exames de balística serão feitos em Campo Grande e os resultados devem ficar prontos em uma semana.

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