Interior

Passageiros se afogaram após ficar presos em cômodos, crê delegado

Liana Feitosa e Priscilla Peres, enviada especial a Porto Murtinho | 25/09/2014 13:48
Delegado Rodrigo Nunes Zanotta acredita que desaparecidos estão presos no barco-hotel. (Foto: Marcelo Calazans)
Delegado Rodrigo Nunes Zanotta acredita que desaparecidos estão presos no barco-hotel. (Foto: Marcelo Calazans)

O delegado Rodrigo Nunes Zanotta, que auxilia nas investigações do naufrágio que atingiu embarcação paraguaia na região de Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande, acredita que desaparecidos estão presos no barco-hotel Sueño del Pantanal.

"Como eles sabiam que estavam bem perto da margem, alguns já estavam arrumando as coisas, fazendo as malas, alguns estavam nos quartos. Além disso, começou a chover poucos minutos antes do acidente, então alguns procuraram abrigo dentro da chalana", explica o delegado.

Por isso, os corpos podem estar presos na embarcação, dentro dos cômodos. Somente um corpo já foi encontrado. É o agrônomo Sidnei Romano, que morava em Sabaudia, no Paraná. Segundo o delegado, a morte foi registrada como "a esclarecer" e o corpo passa por perícia.

Enquanto todos os desaparecidos não forem encontrados, nenhuma morte é confirmada, ou seja, nenhum ocupante do barco é considerado morto, conforme Zanotta. No entanto, ainda de acordo com o delegado, as chances de sobrevivência são mínimas.

Investigação - Os cinco sobreviventes brasileiros já prestaram depoimento à polícia. De acordo com Zanotto, o grupo iria atracar hoje (25) no Paraguai, mas o retorno foi adiantado para ontem (24).

Autoridades participaram de coletiva de imprensa. À direita do delegado, prefeito Heitor Miranda e, na sequência, capitão-tenente Alexandre Brandão, da Marinha. (Foto: Marcelo Calazans)

Apesar de autoridades brasileiras participarem das buscas e auxiliarem nas investigações, o caso será investigado por órgãos paraguaios. Para isso, será aberto inquérito pela Armada Paraguaia para apurar as causas do acidente.

Isso porque, além de o naufrágio ter ocorrido do lado de lá do rio, o barco é de bandeira paraguaia, assim como a tripulação. Portanto, a embarcação não passa por fiscalização da Marinha Brasileira.

Embarcações foram avisadas - Segundo a Marinha do Brasil, havia colete salva-vidas chalana, mas os ocupantes não estavam usando, apesar de terem recebido alerta de tempestade. Ainda de acordo com o órgão, o temporal já era esperado, por isso, a autoridade naval estava em alerta.

"A Marinha recebeu a informação de que teria vento forte e chuva na região. Quando receberam essa informação, um comunicado foi imediatamente passado aos comandantes de todas as embarcações da região via comunicação VHF, que é uma comunicação via rádio", explicou o capitão-tenente Alexandre Brandão, da Marinha.

Ainda segundo Brandão, o comandante da Sueño del Pantanal recebeu o comunicado de que haveria vento e forte instabilidade climática, mas ninguém da embarcação respondeu o comunicado. É comum que os comandantes respondam aos comunicados, por isso, não sabe se foi negligência por parte do comandante ou se a tripulação não se atentou ao alerta da Marinha, conforme o capitão-tenente.

Buscas aos corpos mobilizam militares do Brasil e do Paraguai (Foto: Marcelo Calazans)
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