Interior

Mulher que matou militar diz que moto estava “a 100 por hora”

Erica de Sales Pereira prestou depoimento hoje e assumiu ser a condutora do Troller

Helio de Freitas, de Dourados | 17/04/2023 18:14
Mulher que matou militar diz que moto estava “a 100 por hora”
Erica (de boné branco) e Maurinaldo (de boné preto) quando chegavam à delegacia (Foto: Adilson Domingos)

A verdadeira condutora do jipe Troller que invadiu a preferencial e matou o militar do Exército Robert Trindade Francisco, 21, na madrugada de sábado (15) em Dourados (a 251 km de Campo Grande), tenta culpar a vítima pela própria morte.

Em depoimento na tarde desta segunda-feira na 1ª DP (Delegacia de Polícia), Erica de Sales Pereira, 23, admitiu ter invadido a preferencial, mas alegou que a moto de Robert estaria “a uns 100 km por hora”, por isso não teria dado tempo de cruzar a via.

O acidente ocorreu na noite de sexta-feira (14), no cruzamento da Avenida Weimar Gonçalves Torres com a Rua Melvin Jones, no centro de Dourados. Erica não tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e disse que essa era a segunda vez que dirigia o carro.

Também foi ouvido nesta segunda-feira na delegacia, Maurinaldo dos Santos, 26, que havia se apresentado à Polícia Militar como condutor do Troller. Assim como Erica, ele negou que tivesse ingerido bebida alcoólica e disse que aceitou assumir ser o condutor do veículo pelo fato de a colega de trabalho não ser habilitada.

O veículo pertence a empresário dono de loja de utilidades domésticas localizada no centro de Dourados. Erica e Maurinaldo trabalham na loja e ela chama o patrão de pai de consideração. Alegou ter pegado o Troller sem o consentimento do empresário.

Maurinaldo contou que estava no restaurante localizado no cruzamento onde ocorreu o acidente e só percebeu que se tratava de Erica quando ouviu o barulho da batida e foi até a rua. Ele passou por teste de bafômetro e o resultado deu negativo. Como naquele momento a PM não sabia que a mulher era a verdadeira condutora, Erica não foi submetida ao teste.

Afirmando estarem “arrependidos”, Erica vai responder por homicídio culposo e Maurinaldo por falsa comunicação de crime. Natural de Riacho dos Cavalos (PB), ela veio há cerca de seis anos para Dourados, para trabalhar na loja. Maurinaldo também é nordestino, assim como a maioria dos funcionários do estabelecimento. Ele também é atleta profissional de atletismo.

Erica Pereira disse no depoimento que após o acidente, eles foram para o sítio onde ela mora junto com outros funcionários da loja. Entretanto, o Troller com a porta amassada foi visto estacionado em frente a um conjunto de quitinetes no Parque Alvorada, na região oeste da cidade. A polícia vai investigar se Erica continuou andando com o veículo mesmo após o acidente com morte.

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