Interior

MP pede condenação de piloto por associação ao tráfico no furto de aeronave

MPMS contestou absolvição de Edmur Guimara em parte das acusações envolvendo o furto da aeronave, em 2019

Silvia Frias | 02/08/2021 13:38
MPMS pede condenação do piloto Edmur e outros dois réus por furto de aeronave (Foto/Arquivo)
MPMS pede condenação do piloto Edmur e outros dois réus por furto de aeronave (Foto/Arquivo)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a condenação por associação ao tráfico e formação de organização criminosa de todos os envolvidos no furto de aeronave do aeroporto de Paranaíba, a 422 quilômetros de Campo Grande, ocorrido no dia 18 de junho de 2019.

Em sentença de julho deste ano, a juíza Nária Cassiana da Silva Barros, absolveu o piloto Edmur Guimara Bernardes, Adevasilon Ribeiro e o segurança Idevan de Oliveira dos crimes de associação ao tráfico e formação de quadrilha, por considerar que restavam dúvidas sobre a participação deles nos crimes. 

Edmur Guimara Bernardes foi sentenciado a 4 anos, 10 meses e 22 dias por furto qualificado, atentado à segurança de transporte aéreo e falsa comunicação de crime. Adevailson Ribeiro foi condenado a 3 anos e 6 meses de reclusão pelo furto qualificado. Idevan de Oliveira foi absolvido de todas as acusações.

No recurso de apelação protocolado no dia 29 de julho, o promotor Leonardo Dumont Palmerston lista várias justificativas para a condenação dos três réus nos crimes de associação ao tráfico e formação de quadrilha e, no caso de Idevan de Oliveira, no furto qualificado e na falsa comunicação de crime.

A promotoria se baseia no relatório da Polícia Civil, que chegou a conclusão que todos “estavam ajustados para a prática do crime já há alguns meses antes do fatídico dia”.

As versões dos envolvidos, principalmente, do piloto e do segurança do aeroporto, apresentaram grandes divergências de horários, dinâmicas e de autores. O MPMS também citou a obstrução à Justiça, quando o piloto chegou a dar descrição dos criminosos para retrato falado.

Na justificativa, consta o material coletado na fase de investigação, em que áudios de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) evidenciam que o roubo de aeronaves já era plano previsto desde fevereiro de 2019. Também constam as imagens do dia do furto, que mostram a participação de, pelo menos, outros seis homens e a desenvoltura do piloto que, segundo a condenação, não condiz com a vítima de roubo e cárcere como ela havia alegado.

A promotoria levantou ainda o depoimento prestado por Adevailson Ribeiro, o “Zóio”, que confessou participação do crime à Polícia Civil, mas negou qualquer envolvimento na fase processual. 

Desenvolvtura de Edmur levantou suspeitas na fase da investigação (Foto/Reprodução)

Segundo “Zóio”, em depoimento à polícia, “o plano foi forjado e orquestrado por Edmur”, que precisava de álibi para não levantar suspeitas contra ele. Idevan de Oliveira, de acordo com ele, teria conhecimento da simulação do roubo com cárcere privado.

O objetivo do grupo era ir até a Bolívia para treinamento para comando de aeronaves, onde Adevailson iria trabalhar como narcopiloto para homem identificado como Vitor, primo do “Marcola do PCC” (Marcos William Herbas Camacho). O ganho seria de 45 mil dólares por viagem, transportando drogas para facção.

No celular de Adevailson Ribeiro, ainda consta que há elementos que comprovam a participação no crime, que era de conhecimento até da família dele, com conta disponível para depósito dos valores.

Com base nessas informações, o MPMS pede que todos sejam condenados por associação ao tráfico e organização criminosa. No caso de Idevan, absolvido de todo os crimes, que também seja condenado pelo furto da aeronave e falsa comunicação ao crime, por ter participado da versão apresentada por Edmur Guimara.

O MPMS também pede que a Justiça reverta a liberação da Nissan Frontier do piloto, que havia sido apreendida.

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