Interior

MP denuncia por homicídio qualificado casal de amantes que matou borracheiro

Mayra de Lima Luna está presa e Bruno José Feliciano continua foragido

Helio de Freitas, de Dourados | 03/03/2022 16:55
Mayra e Bruno, denunciados pelo assassinato de Douglas Rocha, ocorrido em fevereiro (Foto: Reprodução)
Mayra e Bruno, denunciados pelo assassinato de Douglas Rocha, ocorrido em fevereiro (Foto: Reprodução)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou por homicídio triplamente qualificado o casal de amantes Mayra de Lima Luna, 22, e Bruno José Feliciano, 21, pelo assassinato do borracheiro Douglas Novaes Rocha, 27.

Marido de Mayra, com quem tinha três filhos – de 7, 6 e 2 anos – Douglas foi morto com 11 golpes de faca enquanto dormia bêbado no sofá de casa, na madrugada de 14 de fevereiro deste ano.

A mulher foi presa em flagrante e há uma semana está no Estabelecimento Penal Feminino “Luiz Pereira da Silva”, em Jateí. Bruno continua foragido.

Na denúncia apresentada segunda-feira (28), o promotor Luiz Eduardo Sant’Anna Pinheiro afirma que Mayra e Bruno mataram Douglas por motivo torpe, por considerá-la obstáculo ao relacionamento extraconjugal; mediante recurso que dificultou a defesa, uma vez que os ataques começaram enquanto a vítima dormia após ingerir bebida alcóolica, e por meio cruel, tendo em vista a quantidade de golpes desferidos em Douglas, “havendo indícios de que acordou durante o ataque, de modo que sofreu de forma desmedida, agonizando até a sua morte”.

Na denúncia, o promotor cita que Mayra e Bruno tinha caso extraconjugal há dois meses e que a mulher decidiu matar o marido e pediu ajuda ao amante.

Segundo a denúncia, na noite de 13 de setembro, o borracheiro bebia com um amigo quando a mulher ligou e pediu que fosse para casa. Ela já tinha planejado o assassinato naquela madrugada, pois sabia que Douglas chegaria em casa bêbado e que depois de ingerir bebida alcoólica ele dormia profundamente.

O promotor relata que após Douglas dormir no sofá, Mayra foi buscar o amante com o carro do casal, um Fiat Palio branco, em uma conveniência no Jardim Água Boa.

De volta à casa, no Jardim João Paulo II, ela foi para o quarto com o filho mais novo (os outros dois estavam na casa da mãe dela) enquanto Bruno se dirigiu até o sofá para matar o rival.

A denúncia do MP relata que o primeiro golpe de faca atingiu o pescoço de Douglas. Ele acordou e levantou a mão esquerda na tentativa de se defender, mas recebeu vários outros golpes no peito, nas costas, na barriga e no ombro. Agonizou até morrer no sofá.

Mayra e Bruno arrastaram o corpo até o carro. Enquanto o amante se livrava do cadáver (jogado ao lado de uma estrada de terra entre os bairros Guaicurus e Jóquei Clube), a mulher limpava a sala para tentar esconder os vestígios.

O corpo de Douglas foi encontrado no dia seguinte e reconhecido pelo pai de Mayra, que havia procurado a polícia para denunciar o desaparecimento do genro. Foi Mayra que havia dito aos pais e aos sogros que Douglas tinha saído de casa e estava desaparecido.

Além do homicídio triplamente qualificado, o promotor denunciou os dois por ocultação de cadáver e fraude processual (limpeza da sala e do carro para apagar pistas). O MP pediu júri popular para o casal de amantes.

Nos siga no