Interior

Militar é condenado a 20 anos de prisão e perde cargo na Marinha

Mariana Lopes | 05/05/2014 18:14
Julgamento durou cerca de 8 horas (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Julgamento durou cerca de 8 horas (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

O militar Willian Afonso dos Santos, 30 anos, foi condenado a 20 anos e 3 meses de prisão pela morte de Greice Soares Roque, em novembro de 2012, em Corumbá. Ele também perdeu o cargo de terceiro sargento da Marinha do Brasil, onde era fuzileiro naval-músico. A sentença foi dado pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Daniel Scaramella Moreira, e a defesa do réu ainda pode recorrer à decisão.

Durante o Júri Popular, realizado nesta segunda-feira (5), e que durou aproximadamente oito horas, Willian confessou ter matado a mulher asfixiada e também ter escondido o corpo dela em uma mala.

Willian alegou ao juiz legitima defesa. Ele contou diante dos jurados que após os dois terem consumido cocaína, a vítima pegou uma faca na cozinha e partiu para cima dele.

Segundo o jornal Diário Corumbaense, o militar disse que se arrependeu do crime e que agiu por ignorância, sob o efeito da droga. Ele ainda disse que ter guardado o corpo da mulher em uma mala foi um ato de loucura.

Conforme o depoimento do militar, os dois se encontraram em um bar de Corumbá, fizeram um programa e depois foram para a casa dele, em Ladário. Willian afirmou ao juiz que a intenção deles era curtir e consumir cocaína.

”Não sabia nem o nome dela, fui saber quando estava declarando o depoimento na delegacia. Conhecia como Capitu”, afirmou o militar durante o depoimento do Tribunal do Júri.

De acordo com o fuzileiro naval, os dois ficaram muito eufóricos após passarem quase duas horas consumindo alta quantidade de cocaína.

“Ela saiu, foi para a cozinha e eu fiquei consumindo lá. Quando ela voltou eu estava de costas, olhei para trás e ela veio para cima de mim com a faca. Se eu não me defendesse, eu não estaria aqui para contar. Foi uma luta, tentei me desvencilhar dos braços dela, peguei no pescoço dela, ela caiu no chão, e com minha mão usei uma grande força. Eu estava sem noção e fiquei ali por mais ou menos um minuto”, contou o militar sobre o momento em que asfixiou Greice.

Após matar a garota de programa, Willian foi para o quartel, ainda sob efeito da droga, e cumpriu o plantão de 24 horas. Quando retornou à casa dele, o militar limpou os cômodos e colocou o corpo de Greice na mala.

Segundo o Diário Corumbaense, para tentar se desfazer de qualquer prova do crime, Willian despachou a mala alegando que dentro dela tinha peixe podre. O réu contou ter limpado o imóvel e ter jogado fora a faca, o resto da cocaína e a cerveja.

Acusação – Também para os jurados, o promotor Rodrigo Corrêa Amaro ressaltou que o militar era casado e mesmo assim costumava andar garotas de programa. Sobre a legítima defesa, o promotor destacou que a vítima tinha 1,45 metro de altura e era uma mulher franzina.

"O tempo e a força empregados, foram desproporcionais", afirmou. O promotor ainda lembrou que Willian resistiu à prisão, tanto que teve de ser amarrado pelos colegas e leu o depoimento de um dos militares que o prendeu, onde afirma que ele era problemático e que já usava drogas em outra cidade.

Willian compareceu ao Tribunal com o fardamento branco da Marinha, onde é mantido sob custódia. Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado e tentativa de ocultação de cadáver.

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