Interior

Mesmo com habeas corpus, Paraguai decide extraditar Jarvis Pavão amanhã

Helio de Freitas, de Dourados | 27/12/2017 14:42
Narcotraficante brasileiro Jarvis Pavão chora durante entrevista, ano passado (Foto: ABC Color)
Narcotraficante brasileiro Jarvis Pavão chora durante entrevista, ano passado (Foto: ABC Color)

Mesmo com o habeas corpus genérico concedido ontem (26) por um juiz de primeira instância, o Paraguai manteve a decisão de extraditar amanhã o narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão para que ele cumpra a pena de 17 anos de reclusão por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa em Balneário Camboriú (SC).

Em Santa Catarina, Pavão era conhecido como “o barão da droga” antes de se refugiar no Paraguai. Ele também responde a processos por tráfico internacional no Rio Grande do Sul.

Pavão conclui hoje a pena de oito anos por tráfico à qual foi condenado no Paraguai após ser preso em janeiro de 2010, em sua fazenda, perto da fronteira com Mato Grosso do Sul.

Ontem, o juiz Crescencio Ocampos concedeu habeas corpus solicitado pelos advogados de Pavão e suspendeu a extradição até o julgamento final do caso pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Extradição mantida – Entretanto, nesta quarta-feira a Corte Suprema do Paraguai decidiu que o habeas corpus de Ocampos introduz "elementos estranhos" ao caso, por não atender a um dos três tipos de habeas corpus estipulados pela Constituição Nacional. Também determinou uma auditoria para investigar o magistrado.

Com isso, o tribunal decidiu que Jarvis Pavão será extraditado amanhã, respeitando a decisão anterior, assinada pela juíza Lici Sánchez e ratificada pela própria Corte.

Para conceder o habeas corpus, Ocampos argumentou o suposto perigo que Pavão corre de ser executado quando for extraditado para o Brasil. Para a Corte, qualquer magistrado paraguaio está proibido de emitir supostas condições de ameaças à segurança ou à vida de qualquer pessoa em outro país.

A Corte Suprema se manifestou após receber ofício do comissário Javier Sosa Fleitas, chefe do grupo especializado da Polícia Nacional onde Pavão está preso em Assunção, comunicando que a extradição não seria feita, em decorrência do habeas corpus assinado por Ocampos.

Pelo menos até agora, está certo que Pavão será entregue oficialmente amanhã às autoridades brasileiras, para ser levado a um presídio do Brasil, ainda não revelado. A operação está sendo preparada para a transferência, mas o local e o horário não serão revelados por medida de segurança.

O presidente do conselho de magistrados do Paraguai, Christian Kriskovich, pediu a Crescencio Ocampos as cópias de todos os documentos relacionados ao habeas corpus e Ministério Público iniciou uma investigação por prevaricação contra ele.

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