Interior

Mesmo com gasto de R$ 6 milhões, erosão avança em direção à cidade

Vistoria feita na semana passada confirma que obras foram ineficientes e Ministério Público estuda ação judicial

Helio de Freitas, de Dourados | 19/04/2017 13:58
Erosão perto do perímetro urbano de Ivinhema (Foto: Ivinotícias)
Erosão perto do perímetro urbano de Ivinhema (Foto: Ivinotícias)

Todas as obras feitas até agora, com gasto de pelo menos R$ 6 milhões, se mostraram ineficientes para controlar a erosão que avança em direção à cidade de Ivinhema, a 282 km de Campo Grande.

Na semana passada, uma vistoria feita por pesquisadores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), pela promotora de Justiça Juliana Martins Zaupa e por técnicos do setor de engenharia da prefeitura revelou que o problema, surgido há pelo menos 20 anos, continua longe de uma solução.

Após a vistoria, a promotora anunciou que pretende adotar medidas previstas em lei, com ação civil pública ou celebração de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para tentar acabar com as grandes erosões, que continuam avançando em direção à cidade.

Segundo ela, desde o surgimento da cratera, já foram feitas obras de engenharia pelo município. No entanto, estas intervenções se mostraram insuficientes e muitas já estão destruídas.

Perícias feitas pelo Daex (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução) do Ministério Público Estadual mostram que a maior causa das erosões está ligada à falta ou deficiência no sistema de drenagem urbana. Um grande volume de água dos bairros chega às voçorocas e assoreiam os córregos.

A promotora procurou referências técnicas para auxiliar a prefeitura a elaborar projetos para conter a erosão. Ela recebeu do Ministério de Minas e Energia o documento “Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e muito Alto Risco a Enchentes e Inundações e Movimentos de Massa”, que tem como objetivo mapear, descrever e classificar as situações e minimizar os riscos.

A vistoria da semana passada seguiu os parâmetros desse documento do governo federal. O trabalho foi feito por dois técnicos especializados da Agraer, os engenheiros agrônomos João Lopes Cupertino e Ari Fialho Ardenghi.

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