Interior

Major foi esfaqueado pelas costas depois de negar cigarro a assassino

A vítima estava em frente ao hotel, quando foi abordada pelo suspeito, que agora responde por homicídio qualificado

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 16/04/2019 15:40
Bruno está preso em Bonito e vai passar por audiência de custódia (Reprodução Facebook)
Bruno está preso em Bonito e vai passar por audiência de custódia (Reprodução Facebook)

Em depoimento, Bruno da Rocha, de 31 anos, afirmou ter assassinado Paulo Settervall, de 57 anos, após o major da reserva do Exército negar um cigarro a ele. A versão do suspeito foi narrada pelo delegado Gustavo Henriques Barros, titular da delegacia de Bonito – a 257 quilômetros de Campo Grande – na tarde desta terça-feira (16), durante coletiva de imprensa.

Conforme o delegado, após a prisão, Bruno confessou o crime e detalhou que na noite de domingo (14) discutiu com a namorada, com quem tem dois filhos, e saiu de bicicleta pelas ruas de Bonito armado com uma faca atrás dela e do cunhado. No caminho, no entanto, encontrou o major fumando em frente ao hotel CLH Suítes.

Ele parou e pediu um cigarro a Settervall, que negou e ainda, na versão do suspeito, o chamou de “trombadinha”. Bruno andou mais alguns metros, deixou a bicicleta em um ponto e voltou a pé até onde Paulo estava. Aproveitando que o major estava de costa, o esfaqueou. “Ele afirmou que quando fez isso ainda disse: aqui está o trombadinha”, lembrou o delegado.

O golpe único matou Paulo na hora. Depois do crime, Bruno ateou fogo nas roupas que usava e começou a fugir da polícia.

Com informações de testemunhas e imagens de câmeras de segurança de um comércio em frente ao hotel, a polícia saiu do local já com o nome do suspeito. Buscas em vários pontos de Bonito foram feitas, até que por volta das 3 horas desta terça-feira (16) Bruno foi encontrado em uma casa abandonada.

Ainda segundo o delegado, no momento da prisão e também do exame de corpo de delito, não foi constatado qualquer indício de embriaguez ou uso de drogas por parte do assassino confesso. A polícia também não confirmou a versão de que o major chamou Bruno de “trombadinha” antes do assassinato.

“As imagens indicam que não houve tempo para uma briga entre os dois”, detalhou o Gustavo. Bruno trabalhava como pintor e agora responde por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Preso em flagrante, deve passar por audiência de custódia nesta quarta-feira e se a preventiva for convertida, pode ser transferido para Campo Grande.

Delegado Gustavo Henriques Barros, responsável pela investigação do caso (Foto: Paulo Francis)
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