Interior

Juti está entre 10 municípios brasileiros que mais desmataram a Mata Atlântica

Atlas lançado nesta quarta coloca município de MS no topo estadual e entre os dez maiores devastadores no período de 2013 a 2014

Helio de Freitas, de Dourados | 11/11/2015 10:59
Gráfico produzido pela Fundação Mata Atlântica mostra Juti em 10º lugar no ranking nacional (Foto: Reprodução)
Gráfico produzido pela Fundação Mata Atlântica mostra Juti em 10º lugar no ranking nacional (Foto: Reprodução)

Juti, a 320 km de Campo Grande, aparece como um dos maiores devastadores da Mata Atlântica no período de 2013 e 2014. Lançado nesta quarta-feira (11) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica aponta que o município sul-mato-grossense ficou na 10ª posição, com o desmatamento de 278 hectares.

A liderança é de Eliseu Martins (PI), que desmatou 4.287 hectares no período. Por outro lado, outras duas cidades desse Estado, Tamboril do Piauí e Guaribas, lideram a lista das cidades mais conservadas, com 96% da vegetação natural.

Patrocinado pela Bradesco Cartões e feito pela empresa de geotecnologia Arcplan, o estudo revela dados mais recentes sobre a situação de cidades de Mato Grosso do Sul nos últimos 14 anos.

Em segundo lugar em desmatamento da Mata Atlântica no Mato Grosso do Sul aparece Corumbá, com 58 hectares, e em terceiro Bodoquena, com 52 hectares desmatados.

Já no período de 2000 a 2014, o campeão em desmatamento da Mata Atlântica foi Iguatemi, com 1.552 hectares. Só 10,7% da vegetação natural continua preservada naquele município da região sul. No Brasil, no período de 2000 a 2014, a cidade campeã de desmatamento no Brasil é Jequitinhonha (MG), com 8.708 hectares desmatados.

Jardim preservou – O município do Estado que mais preserva o bioma Mata Atlântica é Jardim, que conta com 78,8% de vegetação natural, em comparação com a área original. A vegetação natural inclui, além das florestas, outras áreas como refúgios, várzeas e campos de altitude. Campo Grande possui 17% de área do bioma conservada.

Em segundo está Bodoquena, com 65% da área preservada e em terceiro Bonito, com 59%.

Aqui tem Mata – De acordo com a assessoria da Fundação SOS Mata Atlântica – ONG que existe há quase três décadas – neste ano os dados atualizados e o histórico das cidades abrangidas pela lei podem ser acessados no hotsite “Aqui Tem Mata”, que será lançado nesta semana e apresenta de forma simples e interativa as áreas remanescentes de Mata Atlântica no país.

Com opções de busca por localidade, mapas interativos e gráficos, a ferramenta está disponível para web, tablets e celulares, permitindo que os dados estejam acessíveis a qualquer usuário e possam ser reutilizados com finalidades de educação e defesa da proteção da floresta.

“O ‘Aqui tem Mata’ tem o objetivo de tornar mais acessíveis os dados e o histórico das cidades que são abrangidas pelo mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica. A partir de uma ferramenta de fácil visualização, qualquer pessoa poderá saber como seu município tem conservado o bioma mais ameaçado do Brasil”, afirma Marcia Hirota, Diretora Executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.

Segundo a fundação, atualmente a Mata Atlântica é a floresta mais ameaçada do Brasil, com apenas 12,5% da área original preservada.

Juti lidera o ranking estadual como município que mais desmatou Mata Atlântica (Foto: Reprodução)
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