Interior

Justiça bloqueia área da Igreja por suspeita de negócio irregular

Nadyenka Castro | 09/02/2012 19:17

Terra da Diocese de Três Lagoas foi doada a famílias carentes em 1984. Até o ano passado, poucas regularizaram os lotes. Em 2011 houve denúncia de negociação irregular e agora não podem mais ser feitas matrículas da área

Por suspeita de negócio irregular, a Justiça bloqueou área da Igreja Católica, no loteamento Guadalupe do Alto Paraná, no distrito de Véstia, em Selvíria, a 404 quilômetros de Campo Grande.

A área que está impedida de ser regularizada pelos moradores foi doada à igreja católica em 1937. Em 1984, o bispo da Diocese de Três Lagoas doou às famílias carentes da região, só que até 2010 poucas procuraram a igreja e o cartório para regularização.

Segundo o advogado da Diocese, Roberto Rabelati, no ano passado houve muita procura pelas matrículas. Uma justificativa para o interesse repentino é a possível valorização da terra.

O MPE (Ministério Público Estadual) recebeu denúncia anônima de que nos documentos estava sendo utilizada assinatura falsificada do bispo

e passou a apurar o caso. A Polícia Civil foi acionada e abriu inquérito para investigar possível crime.

A suspeita é de que a assinatura falsificada esteja sendo utilizada para regularização de lotes em cartório e posterior comercialização. De acordo com o advogado, seriam pelo menos 80 ‘terrenos’.

Para apurar a denúncia, a juíza Rosângela Alves de Lima Fávero, da comarca de Três Lagoas, proibiu a abertura de novas matrículas de lotes e impediu que as já abertas sejam movimentadas.

A decisão é de 1º de fevereiro. A proibição é válida por três meses, a contar da data de intimação da Diocese e do cartório local.

O advogado da Diocese explica que a igreja não quer a área de volta. As famílias que lá moram, depois de regularizar os lotes, podem fazer o que for de interesse, inclusive vende-las.

Nos siga no Google Notícias