Interior

Juíza chama para audiência mãe que perdeu guarda da filha para ex-marido

A mulher acusa o ex-marido de 60 anos de abusar da criança de apenas três anos

Viviane Oliveira | 27/06/2017 11:40

Após o caso vir a público, a juíza Paulinne Simões de Souza, da comarca de Bonito, distante 257 quilômetros de Campo Grande, chamou para audiência a mãe de 29 anos, que teve a filha de 3 anos levada pela polícia e Conselho Tutelar desde a última sexta-feira (23).

Decisão da Justiça entregou a guarda da menina ao pai, de 60 anos, contra quem a mulher diz ter registrado boletim de ocorrência por estupro da filha e outros crimes relacionados a violência doméstica.

Após reportagem divulgada pelo Campo Grande News, a mulher foi acionada pelo oficial de Justiça a comparecer às 15h desta terça-feira (27) no fórum do município. “Estava na casa dos meu pais em Bodoquena, quando o oficial apareceu com a intimação. Espero que tudo se resolva”, relatou a mãe.

O caso – Conforme a mulher, que não será identificada para preservar a identidade da criança envolvida no caso, desde que se separou do marido, há um ano, sofre com a perseguição e ameaças do homem. De tanto que foi incomodada, ela entrou com um pedido de medida protetiva contra o ex-marido e conseguiu o direito.

Como o homem não desistiu de procurá-la, a mulher disse que, orientada por uma defensora pública, aceitou que a guarda da filha fosse compartilhada com o ex-marido. Em março, na volta de uma das visitas ao pai, a criança teria chegado em casa chorando e reclamando de dores, segundo a mãe.

A mulher disse que levou a filha à uma unidade de saúde, onde um médico constatou que a criança havia sido violentada e a orientou a procurar a polícia. A mãe conta que foi a delegacia da cidade e registrou denúncia. A polícia teria solicitado que a menina passasse por exame de corpo de delito. O resultado foi negativo e por conta disso, segundo a mulher, as investigações pararam.

Foi logo após esta situação que a mulher, que morava sozinha com a filha, em Bonito, decidiu voltar à casa dos pais, na cidade de Bodoquena. “Ele (o pai) entrou com um processo de alienação parental contra mim, porque levei a menina, e com a ajuda de conselheiras tutelares, tomou minha filha de mim e entregou ao pai”.

Na decisão, a juíza afirma que ficou demonstrado que a filha tem ótimo vínculo com o pai, conforme relatado por psicólogo do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

O Campo Grande News entrou em contato com a Polícia Civil para esclarecer a situação, mas a informação é de que a delegada Jennifer Estevam de Araújo está em curso em outra cidade. Já o delegado substituto responde por outro município e no momento não estava na delegacia. 

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