Interior

Interdição provisória mantém Maníaco da Cruz em Unei de Ponta Porã

Aline dos Santos | 21/02/2012 11:29

Jovem deve ser internado compulsoriamente em um hospital psiquiátrico

Maníaco permanece fora do convívio social por força de uma interdição provisória. (Foto: Minamar Júnior)
Maníaco permanece fora do convívio social por força de uma interdição provisória. (Foto: Minamar Júnior)

Vencido o prazo máximo de internação previsto pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Maníaco da Cruz, como ficou conhecido Dionathan Celestrino, permanece fora do convívio social por força de uma interdição provisória.

Esta foi a justificativa da 2ª Câmara Criminal do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para negar, no início deste mês, o pedido de habeas corpus ao jovem de 19 anos. A Defensoria Pública alegava que o prazo máximo de permanência em Unei é de três anos.

Contudo, conforme o TJ, ele não permanece internado em razão da medida socioeducativa, mas, agora, por determinação decorrente da interdição provisória.

Para a justiça de Ponta Porã, que deferiu o pedido de interdição, mesmo que os laudos não comprovem categoricamente a condição de insano, servem para demonstrar que ele não tem condições de voltar ao convívio social.

Ainda segundo a decisão, o maníaco deve ser internado compulsoriamente em um hospital psiquiátrico. Até o cumprimento da decisão, ele pode permanecer na Unei Mitaí, em Ponta Porã, onde está desde outubro de 2008.

O pedido de interdição foi feito pelo MPE (Ministério Público Estadual). A interdição cível é autorizada quando comprovada grave doença mental.

O recurso foi utilizado no caso de Champinha, apreendido aos 16 anos por envolvimento nas mortes de Liana Friedenbach e Felipe Caffé. O casal de namorados foi assassinado em 2003, em Juquitiba (SP).

Após o prazo de internação, ele foi levado para uma unidade experimental de saúde. O Ministério Público obteve a interdição ao alegar que o rapaz sofre de problemas mentais e não pode voltar a viver em sociedade.

Após o TJ negar o habeas corpus, a Defensoria informou que vai recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para colocar Dionathan em liberdade.

Vítimas - O primeiro a morrer foi o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. O crime foi em 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto.

A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Dionathan foi apreendido no dia 9 de outubro, seis dias após o último assassinato, em casa. No quarto dele havia pôster do Maníaco do Parque e de um diabo.

Para cometer os crimes ele utilizava luvas cirúrgicas. O maníaco estrangulava as vítimas e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo. Os corpos das vítimas eram colocados em forma de cruz.

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