Interior

Instituto de São Paulo vai assumir segundo hospital em MS

Instituto Acqua, que já administra o hospital de Ponta Porã, foi contratado para gerenciar hospital de cirurgias de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 10/06/2019 10:35
Hospital de Cirurgias da Grande Dourados passa a ser gerenciado pelo Instituto Acqua (Foto: Divulgação)
Hospital de Cirurgias da Grande Dourados passa a ser gerenciado pelo Instituto Acqua (Foto: Divulgação)

O Instituto Acqua (Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental) vai assumir o segundo hospital em Mato Grosso do Sul. Foi publicada na edição desta segunda-feira (10) do Diário Oficial do Estado a contratação do Acqua para gerenciar, operacionalizar e executar as ações e serviços de saúde no Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados.

No comando do Hospital Regional de Ponta Porã desde março deste ano, o instituto foi contratado por “dispensa de chamamento público em caráter emergencial” e vai receber quase R$ 4,3 milhões para tocar o hospital de Dourados no prazo improrrogável de 180 dias, segundo o edital assinado pelo secretário estadual de Saúde Geraldo Resende.

A contratação em caráter emergencial ocorreu após outra organização social, o grupo Gamp, entregar a gestão do hospital, reaberto no ano passado após 18 meses fechado.

Há duas semanas, o Gamp anunciou o rompimento de todos os seus projetos no país, incluindo na segunda maior cidade de MS, por problemas financeiros decorrentes de várias ações de cobrança na Justiça. Dirigentes do Gamp propuseram a rescisão amigável do contrato com o governo. O grupo tinha sido contratado em maio do ano passado por R$ 716 mil por mês.

Em Ponta Porã – Em março deste ano, também através de dispensa de licitação e de forma emergencial, a Secretaria Estadual de Saúde contratou o Acqua por R$ 27,1 milhões para assumir a gestão do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, em Ponta Porã, cidade a 233 km de Campo Grande.

A contratação foi feita para substituir o Instituto Gerir, que desde 2016 comandava o hospital da fronteira e rompeu o contrato alegando atrasos nos repasses feitos pelo Estado.

No dia em que anunciou a contratação do Acqua para administrar o hospital da fronteira, Geraldo Resende citou o trabalho da organização social no Maranhão. “O instituto administra seis hospitais, inclusive em São Luiz, de grande porte. E não tiveram nenhum problema como nós tivemos com o Instituto Gerir”.

Com sede em Santo André (SP), o Instituto Acqua é alvo de denúncia do Ministério Público de São Paulo. Em Cotia, no interior paulista, o instituto foi denunciado em ação de improbidade administrativa, movida também contra a prefeitura.

Sobre as denúncias contra o Acqua, Geraldo Resende afirmou no dia 29 de março não conhecer nenhuma delas e apontou a “boa avaliação” do instituto feita pelo secretário estadual de Saúde do Maranhão e o governador Flávio Dino (PCdoB).

“O Acqua tem mais de 20 anos de atuação no terceiro setor. Deve ter sido denunciado aqui e ali, enquanto não se julga o processo, não podemos fazer pré-julgamento nenhum. Não sou porta-voz de defesa do instituto. Procuramos entre as várias entidades com habilitação no Estado, era a mais recomendável no momento”, afirmou.

Segundo ele, sua equipe pesquisou “exaustivamente” e não encontrou nenhum impedimento. “Fizemos isso com lupa de alta potência”.

 

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