Interior

Índios ocupam sede regional da Sesai para cobrar demissão de coordenadora

População da reserva acusa coordenadora de oprimir trabalhadores indígenas

Helio de Freitas, de Dourados | 03/05/2021 08:58
Indígenas durante protesto na sede da Sesai em Dourados, nesta manhã (Foto: Adilson Domingos)
Indígenas durante protesto na sede da Sesai em Dourados, nesta manhã (Foto: Adilson Domingos)

Moradores das aldeias de Dourados (a 233 km de Campo Grande) ocuparam nesta segunda-feira (3) a sede da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Eles cobram a demissão da coordenadora local da secretaria, Sidneide Alves.

“Ela está oprimindo os irmãos índios, não queremos mais ela como coordenadora. Vamos ficar aqui por tempo indeterminado, queremos falar com ela e queremos que ela seja exonerada”, afirmou ao Campo Grande News a professora Keila Viana. A unidade fica na Avenida Joaquim Teixeira Alves, na região do Shopping Avenida Center.

Segundo ela, além da opressão contra os profissionais indígenas que trabalham para a Sesai, a coordenadora não resolve problemas básicos, como falta de insumos e medicamentos para os moradores e equipamentos para os trabalhadores. A situação é ainda mais grave devido à pandemia de covid-19, que já afetou quase mil moradores das aldeias.

Responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, a Sesai é ligada ao Ministério da Saúde e possui 34 distritos especiais espalhados pelo País, responsáveis pelo atendimento de 760,3 mil índios de 6.238 aldeias.

A Reserva Indígena de Dourados tem pelo menos 18 mil moradores, formados por índios das etnias guarani-kaiowa e terena.

No início do ano, Sidneide Alves foi acusada de perseguir e demitir pelo menos 17 trabalhadores indígenas, entre eles a então coordenadora do polo-base, Indianara Kaiowa.

A Sesai ainda não se manifestou sobre o protesto de hoje em Dourados. A coordenadora não foi ao local. A professora Keila disse que os funcionários não estão sendo impedidos de trabalhar, mas os manifestantes vão permanecer no prédio até Sidneide ser exonerada.

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