Interior

Grupo aproveita protesto contra Dilma para reclamar de estacionamento rotativo

Manifestação hoje à noite em frente à Câmara de Vereadores vai cobrar mudança no sistema adotado neste mês em Dourados e reforçar campanha pelo impeachment de Dilma e prisão de Lula

Helio de Freitas, de Dourados | 21/03/2016 13:41
Monitoras do novo sistema de estacionamento rotativo também são alvo de reclamação (Foto: Eliel Oliveira)
Monitoras do novo sistema de estacionamento rotativo também são alvo de reclamação (Foto: Eliel Oliveira)

O movimento “Acorda Dourados” volta a protestar na noite de hoje (21) pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pivôs do escândalo político que resultou da Operação Lava Jato. Além disso, o ato desta segunda-feira também vai incluir um tema local: o novo sistema rotativo de estacionamento implantado na área central pela prefeitura.

Cláudio Gaiofatto, que faz parte do movimento, disse que o protesto de hoje será em frente à Câmara de Vereadores de Dourados, durante a sessão semanal do Legislativo. “Vamos cobrar providências dos vereadores quanto à cobrança abusiva do estacionamento e, claro, vamos reforçar a campanha pelo impeachment da Dilma e pela prisão do Lula”.

Cobrança abusiva – “EXP, devolve meu dinheiro! Se a vaga é pública todo cidadão tem o direito de usar. Diga não à cobrança incorreta do rotativo”, diz uma das mensagens que estão sendo divulgadas em redes sociais. “EXPloradora. 5 minutos: R$ 1,00, 30 minutos: R$ 1,00”, diz outra postagem.

EXP Parking é o nome da empresa paulista que foi contratada pela prefeitura através de licitação para explorar o estacionamento rotativo na área central da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. A empresa adota um sistema diferente do utilizado anteriormente, que era como uso de parquímetro – semelhante ao que existe em Campo Grande.

Apesar de mais moderno, já que permite comprar créditos e acessar as vagas através de um aplicativo no smartphone, o novo sistema – implantado em fevereiro e que iniciou a cobrança há uma semana – desagradou os douradenses.

A maior reclamação é o fim da cobrança fracionada conforme o tempo de uso, como existia com o parquímetro, que era explorado por outra empresa. Antes, o condutor parava na vaga e acionava o parquímetro com o crédito inserido no chaveiro. Se ficasse dez minutos ou uma hora pagava exatamente pelo tempo usado.

Agora, o usuário do estacionamento tem que pagar R$ 1 por meia hora ou R$ 2 por uma hora e mesmo se não ficar todo esse tempo na vaga pagará o valor cheio, ou seja, se o tempo de estacionamento durar 10 minutos, o valor cobrado é de R$ 1.

Sem vaga para deficientes – Outra reclamação é quanto às vagas para idosos e deficientes, que no sistema antigo eram demarcadas no asfalto. Com a mudança, idosos e pessoas com deficiência têm direito a isenção, mas para isso precisam fazer uma carteirinha na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).

Os idosos com 60 anos ou mais precisam apresentar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), documento do veículo utilizado, comprovante de residência em Dourados e uma foto 3×4.

Já pessoas com deficiência devem procurar a Agetran com RG, CPF, documento do veículo utilizado, comprovante de residência em Dourados, laudo médico atualizado que indique a deficiência e duas fotos 3×4. Caso a pessoa com necessidade especial não dirija o veículo que utiliza, deve ir até a agência acompanhada de quem dirige o carro e o condutor deve apresentar a CNH para o cadastro.

Vereadores – Hoje de manhã, as reclamações contra o novo modelo de estacionamento rotativo foi tema de discussão na Comissão de Segurança Pública e Trânsito da Câmara de Vereadores. Um ofício será enviado ao prefeito Murilo Zauith (PSB) solicitando, em caráter de urgência, uma reunião entre o Poder Executivo, empresa administradora do sistema e Câmara, para tratar sobre o assunto.

Segundo o presidente da Comissão, vereador Raphael Matos (PMDB), a maioria dos vereadores entende que deve ser suspensa temporariamente a cobrança do rotativo até que haja entendimento legal sobre o serviço, uma vez que a forma praticada “fere amplamente” o Código de Defesa do Consumidor.

“É uma decisão tomada pelo conjunto dos vereadores, haja vista a quantidade de reclamações que nos chegam diariamente por parte de pessoas que se sentem lesadas com a nova maneira de cobrança do rotativo”, afirmou Matos.

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