Interior

Grávida aos 12 anos, menina sofria abusos quando levava marmita ao pai

Criança é acompanhada pela assistência social do município já que os pais apresentam caso de negligência

Izabela Sanchez | 04/09/2018 11:42
Pai está preso no Presídio de Aquidauana (Luiz Guido Jr/ O Pantaneiro)
Pai está preso no Presídio de Aquidauana (Luiz Guido Jr/ O Pantaneiro)

Grávida aos 12 anos, uma menina de Anastácio foi abusada pelo pai, preso na sexta-feira (31) e levado para o presídio de Aquidauana. Delegado responsável pelo caso, Jackson Frederico Vale explica que os abusos ocorriam quando a criança levava o almoço para o pai, que trabalhava em uma fazenda da região.

À época em que os abusos ocorriam, há cerca de cinco meses, a mãe da menina ainda estava casada com o pai. O caso só foi percebido pela irmã mais velha, contou o delegado, que notou as mudanças no corpo da criança e questionou a menina. Depois de relatar o que ocorreu à família, a irmã procurou a polícia.

O inquérito, já concluído, durou 40 dias, segundo o delegado. “Ele confessou que abusava dela há algum tempo, tentou justificar como se ele tivesse um caso com ela, ele é o pai, mas falou que era o padrasto, que só registrou, mas informação da mãe é que ela é filha”, contou.

Quando o pai, de 36 anos, foi ouvido pela primeira vez, negou. A assistência social do município, no entanto, afirmou que ele ainda tinha acesso à vítima, mesmo com a medida cautelar decretada. Por essa razão o delegado afirma que pediu a prisão preventiva.

“Quando o oficial levou a intimação de que não poderia se aproximar ele teria rasgado a determinação judicial”, contou Jackson. Os pais da menina estão, hoje, separados, mas vivam juntos na época em que os abusos ocorriam.

Drama – Hoje, desconfortável com o próprio corpo, a criança sofre as consequências dos abusos e está grávida de cinco meses. De acordo com a coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de Anastácio, a assistente social Débora do Carmo, a menina fez ultrassom na última quinta-feira.

A intenção é que, após o parto, ela não tenha mais contato com o bebê, que será encaminhado para a adoção. “O relatório vai pedir ao juiz para não ter contato com a criança”. Agora, a menina mora com uma familiar e recebe acompanhamento psicológico.

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