Interior

Família mantinha menina maranhense de 13 anos em regime de escravidão

Liana Feitosa | 24/07/2014 17:12
Conselheiro acompanhou retirada de menina de família que a mantinha como empregada doméstica. (Foto: ExpressãoMS)
Conselheiro acompanhou retirada de menina de família que a mantinha como empregada doméstica. (Foto: ExpressãoMS)

Uma adolescente do Maranhão de 13 anos estava sendo mantida como empregada doméstica e babá na residência de uma família, também natural do Maranhão, que há quatro anos reside em Três Lagoas. A menina recebia R$ 200 por mês e foi trazida ao Estado com a promessa de que seria matriculada em uma boa escola da cidade. “Ela teve um problema na visão e precisou de um óculos que custou R$ 180. O valor foi descontado de seu pagamento e ela recebeu apenas R$ 20 como salário”, disse o conselheiro tutelar Davis Martinelli ao jornal ExpressãoMS.

O Conselho Tutelar foi informado do caso quando vizinhos notaram que a menina não frequentava nenhuma escola. Procuraram, então, a responsável pela família para orientá-la em relação aos estudos da menina. A mulher foi até uma escola mas, como não é a mãe da jovem, foi orientada a conseguir uma autorização do Conselho Tutelar para efetuar a matrícula. “Ela veio até o conselho e solicitou o documento, mas como desconfiamos da situação, pedimos a ela que trouxesse a menina”, contou Martinelli ao jornal.

No Conselho, a menina foi questionada sobre suas condições de moradia e, após certa resistência, acabou confessando que trabalhava muito. O órgão expediu pedido para tirar a menina da família, que foi concedido por um juiz da cidade. Ela foi levada para a Casa Acolhedora e os conselheiros já entraram em contato com sua família no Maranhão. "Quando chegamos na casa para retirá-la, ela estava para fora da residência aguardando toda a família comer e só depois disso que ela poderia entrar e fazer a sua refeição com as sobras”, relatou.

De acordo com o jornal, uma triagem social será feita para conhecer as condições da família da menina. O levantamento deve se estender por seis meses. Até lá, a adolescente permanecerá na Casa Acolhedora, em Três Lagoas.

O Campo Grande News entrou em contato com a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), em Três Lagoas, no final da tarde. Segundo a delegada Letícia Alves, o caso ainda não foi comunicado à delegacia.

 

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