Interior

Família de jovem morta após festa avisava que na fronteira "se mata um por dia"

Kaline havia mudado para Ponta Porã há um mês para estudar, mãe e padrasto aconselhavam sobre riscos da região

Ana Oshiro | 09/10/2021 16:57
Kaline havia se mudado para Ponta Porã há um mês (Foto: Redes Sociais)
Kaline havia se mudado para Ponta Porã há um mês (Foto: Redes Sociais)

Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, morta com 14 tiros em um atentado em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na manhã deste sábado (9), será velada e enterrada na cidade natal, Dourados, a 233 km de Campo Grande, neste domingo (10) às 7h na Pax Primavera.

Nascida e criada na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, Kaline começou a faculdade de medicina há cerca de 6 meses. "Ela tava fazendo online por causa da pandemia, há um mês se mudou pra Ponta Porã, porque as aulas presenciais voltaram. A gente não conhecia nenhuma amiga dela da faculdade, eram todas novas", explicou Anderson Coelho, padrasto da jovem.

Pistoleiros atiraram mais de 100 vezes contra carro onde jovens estavam (Foto: FD Notícias PY)

A mãe de Kaline precisou ser medicada e não teve condições de conversar com a reportagem do Campo Grande News. Anderson disse que ele e a esposa sempre se preocupavam com Kaline. "Ela falou que ia em uma festa, a gente ficava apreensivo e avisava que lá mata um por dia, sempre dava conselho, mas sair pra festa assim é normal pros jovens de hoje", contou.

O casal foi até Pedro Juan Caballero para resolver as burocracias e contratar a funerária que fará o translado do corpo da jovem. "Não chegamos a ver a Kaline, só os amigos da faculdade que viram, eles que fizeram o reconhecimento antes da gente chegar. Graças a Deus resolveram rápido pra nós, em outro país é difícil liberar o corpo, mas foi bem rápido, ainda bem", disse o padrasto da jovem.

De acordo com Anderson, o clima era de muita tristeza e choro, e por isso não foi possível conversar com a família das outras vítimas. "Não tem nem como, né? Uma situação desse nem tem o que falar. Ela morreu por acaso", lamentou.

Alvo dos pistoleiros, Osmar foi morto com 31 tiros (Foto: ABC Color)

Atentado - Osmar Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, envolvido com tráfico de drogas era o único alvo dos pistoleiros, ele foi morto com 31 tiros. O crime aconteceu por volta das 6h30 e foram mais de 100 disparos contra seis pessoas. Entre os mortos está Haylée Caroline Acevedo, de 21 anos, que é filha do governador de Amambay (PY), Ronald Acevedo. 

Também foi executada a jovem Rhannye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, de Cáceres (MT), o corpo dela tinha 10 perfurações de bala, conforme a perícia. As três jovens estudavam medicina na UCP (Universidade Central do Paraguai). 

Duas pessoas ficaram feridas no atentado, sendo uma brasileira e um rapaz paraguaio, ambos de 20 anos que foram atingidos na perna direita, de acordo com o site Ponta Porã News.

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