Interior

Escolas suspendem aulas e bancos abrem mais tarde

Servidores e bancários se concentram na Praça Antônio João para manifestação contra retirada de direitos sociais

Helio de Freitas, de Dourados | 10/08/2018 08:49
Professores e sindicalistas concentrados na Praça Antônio João, em Dourados (Foto: Divulgação)
Professores e sindicalistas concentrados na Praça Antônio João, em Dourados (Foto: Divulgação)

A maioria dos 50 mil alunos de escolas públicas de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, não tem aula nesta sexta-feira (10), no “dia do basta”, convocado em todo o país pelas centrais sindicais para protestar contra a retirada de direitos sociais.

Outro setor afetado pela manifestação é a rede bancária. A abertura das agências da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul será retardada em uma hora e o expediente ao público começa às 11h.

Sindicalistas e educadores estão concentrados na Praça Antônio João, onde acontece um ato com protesto e distribuição de panfletos para conscientizar a população. Às 15h tem atividades conjuntas entre educadores no centro de convivência da UFGD, na unidade II.

Os educadores protestam contra mudanças na Base Comum Curricular. “A ideia do governo é uma tentativa desesperada de dirimir as enormes resistências encontradas à proposta encaminhada ao Conselho Nacional de Educação, órgão recomposto artificialmente, em 2016, para obter maioria nas votações”, afirma o sindicato dos professores de Dourados.

A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) considera a proposta “instrumento para operacionalizar a reforma do ensino médio, aprovada por um governo sem legitimidade e que negou a oportunidade de debate público ao encaminhar a reforma ao Congresso na forma da Medida Provisória 746/2016”.

Para os educadores, a reforma do ensino médio impõe enormes retrocessos à categoria e à sociedade brasileira. “De um lado, fomenta a privatização da educação básica, repassando para o setor privado os currículos flexíveis, especialmente da educação técnica-profissional, que deverá ser a mais explorada pelos sistemas e redes de ensino do país”, afirma o Simted.

A proposta também cria, segundo o sindicato, um “apartheid socioeducacional”, instituindo escolas para ricos e classe média alta – com currículos ‘à la carte’, em que empresários poderão cobrar por disciplinas fora das 1.800 horas obrigatórias da Base Comum Curricular – e escolas para pobres e classe média baixa, com currículos limitados às 1.800 horas e com apenas duas disciplinas obrigatórias (português e matemática).

Bancários – Em Dourados, os bancários aproveitam para protestar contra a falta de acordo com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). A proposta apresentada até agora foi rejeitada e nova rodada de negociação está agendada para o dia 17 deste mês em São Paulo.

O Sindicato dos Bancários de Dourados e Região afirma que a proposta dos bancos não contempla aumento real nos salários nem garantem direitos estabelecidos na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), que termina no dia 31 de agosto.

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