Interior

Equipe da Cetesb irá avaliar vazamento de gás em frigorífico de Bataguassu

Francisco Júnior e Paula Maciulevicius, de Bataguassu | 01/02/2012 09:36

Apesar da Marfrig fazer pressão para que o curtume fosse liberado o mais rápido possível, os órgãos estaduais mantiveram o local isolado.

Equipe técnica irá  ajudar Corpo de Bombeiros a descobrir causas de acidente (Foto: Marlon Ganassin)
Equipe técnica irá ajudar Corpo de Bombeiros a descobrir causas de acidente (Foto: Marlon Ganassin)

Uma equipe da Cetesb (Companha Ambiental do Estado de São Paulo) chegou na noite de ontem (31), em Bataguassu, para dar apoio ao Corpo de Bombeiros e Defesa Civil no episódio de vazamento de gás tóxico no frigorífico Marfrig, onde quatro pessoas morreram.

A equipe técnica composta por quatro profissionais, três da Capital Paulista e um de Presidente Prudente, já está no curtume para avaliar a proporção do vazamento de gás.

A Companhia é responsável pelo controle fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição e foi acionada pela Defesa Civil Estadual depois que uma reação química provocou o vazamento e a intoxicação de 27 funcionários.

Ainda na noite desta terça-feira, os técnicos se reuniram com bombeiros e a Defesa Civil para entender o que ocorreu e preparar a logística para atuação no dia seguinte, que envolve o preparo dos profissionais e também do equipamento para ser utilizado. A Cetesb veio preparada para adentrar ao curtume, que permanece isolado.

De acordo com o engenheiro do setor de emergência da Companhia, Anderson Pioli, a equipe veio dar apoio e colaborar com as investigações do Corpo de Bombeiros sobre o acidente. Segundo ele, os técnicos trouxeram equipamentos especiais para monitorar gases tóxicos e inflamáveis no local. “A equipe vai entrar com a roupa nível A, que é o máximo de segurança. É um caso complicado. Vamos trabalhar para evitar que aconteça novas vítimas”.

Conforme o engenheiro, a última medição de gás sulfídrico feita no local apontou que a substância estava 40 partes por milhão. Acima de 100 partes, conforme o técnico, esse gás se torna letal. “É possível que tenha atingido essas 100 partes no momento do vazamento, por isso que teve vítimas que entraram em óbito. O nosso trabalho é confirmar isso. Mesmo sendo um galpão e um local aberto a reação foi muito violenta”, explicou.

O engenheiro explicou ainda que a primeira ação da equipe é tentar identificar o que provocou o acidente. Depois o que ocorreu e, por último, separar os produtos e liberar o local com segurança.

O major do Corpo de Bombeiros, Luidson Noleto, acredita que com a experiência que os técnicos têm, irão descobrir as causas do acidente. Segundo ele, ainda é um incógnita que substancia provocou a reação.

O major explicou que o curtume está fechado sob custódia do Estado e que uma equipe passou a noite toda no local. Segundo ele, os bombeiros irão ficar no frigorifico até a liberação.

O major informou que uma equipe do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) irá ajudar nos trabalhos.

Ele garantiu que a situação no curtume está controlada e não tem risco para a população da cidade.

Segundo a Defesa Civil Estadual não houve nenhuma explosão em decorrência do vazamento e a Polícia Militar passou a noite toda preservando o local.

"Vamos entrar com a Cetesb para nova avaliação do local. Com o tempo o gás pode ter exalado", explicou o major do Corpo de Bombeiros Adriano Rampazo.

Ainda de acordo com o major, o trabalho da Defesa Civil e dos militares foi de isolar o local e monitorar os gases através de um detector.

A Defesa Civil garantiu ao Campo Grande News que toda área foi evacuada e que mesmo com a alta quantidade de gás tóxico, todos os funcionários foram retirados do curtume. No final da tarde de ontem, a porcentagem de gás tóxico no local estava em 40.

Apesar da Marfrig fazer pressão para que o curtume fosse liberado o mais rápido possível, os órgãos estaduais mantiveram o local isolado. Ainda nesta manhã técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) vêm a Bataguassu para avaliar os danos ambientais.

Nesta semana o Marfrig passava por auditoria justamente na parte onde houve o vazamento, em cima das práticas realizadas no curtume em relação às normas de segurança.

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