Interior

Enfermeiro que fez aborto em Marielly tem liberdade negada novamente

Nadyenka Castro | 17/10/2011 15:47

Juíza negou pedido de revogação de prisão preventiva e também desmembramento da ação penal

Jodimar nega envolvimento no caso e continua preso. (Foto: Simão Nogueira)
Jodimar nega envolvimento no caso e continua preso. (Foto: Simão Nogueira)

Acusado de fazer o aborto que resultou na morte de Marielly Rodrigues, o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes teve a liberdade negada mais uma vez.

Além de manter Jodimar na prisão, a juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, de Sidrolândia, negou o pedido da defesa dele para desmembrar a ação penal.

O advogado do enfermeiro, David Moura de Olindo, pediu à Justiça a revogação da prisão preventiva e também a separação do processo alegando que Hugleice da Silva, o outro acusado da morte da jovem, agora em liberdade, “não teria mais interesse no desfecho da ação penal”.

A magistrada negou as duas solicitações justificando que não há elementos legais para o desmembramento do processo e que a prisão é necessária para garantia da ordem pública e instrução da ação penal.

“..., para a garantia da ordem pública, tendo em vista a repercussão do fato nesta comarca, aliada a necessidade de preservar a instrução processual, uma vez que o acusado teria ameaçado testemunhas fundamentais ao caso, tendo uma delas, inclusive, feito um boletim de ocorrência desta ameaça”, fala a juíza em sua decisão.

A magistrada ainda mandou juntar à ação penal declarações feitas à Polícia por uma testemunha e declarou que a primeira audiência sobre o caso será marcada após a apresentação da defesa preliminar de Hugleice, que ainda está em prazo.

Jodimar é acusado de ter feito aborto em Marielly a pedido de Hugleice, que era cunhado da jovem. O enfermeiro nega envolvimento com o caso. Já Hugleice, testemunhas e outras provas indicam que ele recebeu R$ 500 para fazer o procedimento que terminou com a morte da universitária.

A estudante saiu de casa, em Campo Grande, no dia 21 de maio e desde então não foi mais vista. A família, inclusive Hugleice, saiu a procura da jovem e pediu ajuda de órgãos públicos.

O corpo de Marielly foi encontrado no dia 11 de junho em um matagal em Sidrolândia. Investigação da Polícia Civil indicou que a universitária morreu em decorrência do aborto feito na casa de Jodimar, a pedido de Hugleice.

Os dois foram presos em julho e após a primeira noite na cadeia, Hugleice ‘começou’ a confessar a participação. Ele, que na época era casado com a irmã de Marielly, contou que teve relacionamento sexual com a jovem e que a levou até a residência do enfermeiro. Revelou ainda que ele e Jodimar levaram o corpo até o matagal.

Hugleice teve a liberdade determinada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Já Jodimar, que continua a negar o caso, continua na cadeia.

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