Interior

Empresário investigado na Operação Bumerangue volta a ser preso pela PF

Brasileiro que tem negócios em Ponta Porã e no Paraguai já tinha sido preso, mas conseguiu habeas corpus; segundo a Polícia Federal, ele era um dos principais operadores do esquema

Helio de Freitas, de Dourados | 23/10/2015 16:51

Um empresário brasileiro, que tem negócios em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, mas mora em território paraguaio, voltou a ser preso nesta sexta-feira (23) na Operação Bumerangue, desencadeada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano para investigar um esquema de contrabando com a participação de servidores da Receita Federal do Brasil.

De acordo com uma fonte da Polícia Federal, o empresário, cujo nome não foi divulgado, já tinha sido preso na primeira fase da operação, mas conseguiu um habeas corpus. Entretanto, diante de novas provas de sua participação no esquema fraudulento, a Justiça Federal decretou novamente a prisão preventiva do acusado, localizado nesta sexta em Ponta Porã.

O Campo Grande News apurou que o empresário é considerado um dos principais envolvidos no caso e tinha participação importante nas ações da quadrilha, que atuava na aduana Brasil-Paraguai de Ponta Porã, emitindo guias de exportação para cargas brasileiras destinadas a cidades paraguaias.

Por meio de fraude no Sistema Informatizado da receita Federal (Siscomex), as cargas, via de regra produtos siderúrgicos, eram desviadas para municípios brasileiros, dos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), outra forma de atuação da quadrilha era a importação efetiva de produtos siderúrgicos do Paraguai, mas com nota fiscal e documentação de produtos brasileiros, com objetivo de sonegar os impostos de importação. A investigação comprovou que empresas paraguaias, legítimas e de fachada, bem como empresas brasileiras de exportação, transportadoras e siderúrgicas estavam envolvidas no esquema.

Servidores da Receita – Ainda de acordo com o MPF, a participação dos servidores da Receita Federal consistia na inserção de informações falsas e consequente liberação de caminhões que sequer estavam presentes fisicamente no pátio da aduana da Receita Federal. A movimentação financeira das empresas envolvidas aponta uma comercialização de R$ 400 milhões sob o esquema fraudulento.

A Justiça recebeu duas denúncias do Ministério Público Federal em Dourados contra 10 pessoas, entre elas dois servidores da Receita. Os acusados tornaram-se réus em ação penal respondem por organização criminosa, formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema informatizado público, contrabando e facilitação para o contrabando. Investigação comprovou que os réus atuavam desde 2009.

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