Interior

Em parto por telefone, bombeira salva bebê com cordão enrolado no pescoço

Neném nasceu no carro de carona, a caminho do hospital

Tainá Jara | 29/10/2020 15:21
Soldada Carolinne orientou por telefone o parto de Cristina que deu à luz a bebê Lidiane. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Soldada Carolinne orientou por telefone o parto de Cristina que deu à luz a bebê Lidiane. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Fisicamente pronta para nascer, mas ainda com enxoval incompleto, Lidiane veio ao mundo já enfrentando sufoco. A mãe, grávida de 38 anos semanas, acabou dando à luz dentro do carro, no final da manhã desta quarta-feira, na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. 

O parto foi feito a caminho do hospital e poderia ter sido malsucedido, já que a bebê nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Mas, uma ligação de mais de uma hora com a soldada do Corpo de Bombeiros Carolinne Camargo da Silva acabou mantendo mãe e filho a salvos.

Era por volta de 10h30, quando a soldado atendeu a ligação desesperada de Cláudia Rocha Jara, 30 anos. A tia do neném já estava com a mãe, Cristina Cardoso, de 30 anos, em trabalho de parto no banco traseiro do carro. A cabeça do bebê já estava para fora do ventre, mas a carona estava no meio do caminho, ainda longe do hospital e onde a viatura do Corpo de Bombeiros não chegaria a tempo.

“Eu e meu esposo levamos ela e percebemos que não daria tempo de chegar no hospital. Logicamente entramos em pânico. A bombeira disse que ia ajudar por telefone a continuar o parto dentro do carro. O cordão estava enrolado e ela me orientou como ir fazendo para desenrolar. Ela (a criança) estava ficando roxa”, relembra a tia da criança que ligou para os bombeiros.

Os momentos também foram de tensão para a soldada Carolinne, que atuava como operadora de comunicação no 193. Ela lembra que a ligação chegou a cair minutos depois do bebê ter saído do ventre da mãe e a tia relatar  que ele estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Foi dada as orientações para socorrer a criança, mas mesmo livre do perigo ela ainda apresentava dificuldade para respeitar.

“Tentei retornar a ligação pelo telefone fixo do quartel. Não consegui e ela não atendeu. Então, decidi ligar do meu telefone particular. Adicionei o contato dela e retornei a chamada”, relatou.

Quando conseguiu retornar o contato, o bebê chorava muito pouco e a família ainda estava preocupada em relação a sua respiração. “Vai sempre estimulando ela a ficar acordada. Ficar desperta e para que ela apresente sinais vitais”, orientou a bombeira enquanto a família seguia para o hospital.

Ao chegar no Hospital Regional de Ponta Porã, mãe e filha foram prontamente atendidas pela equipe médica. Lidiane nasceu com 2,8 quilos. As duas passam bem e receberam alta na tarde desta quinta-feira.

A tia da criança lembra que a família é muito humilde e, embora mãe e filha estejam bem de saúde, precisam de doações para receber a recém-nascida, como fraldas e roupas. Quem se interessar em ajudar pode entrar em contato pelo número (67) 9945-0053 (Falar com Cláudia).

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