Interior

Em greve há cinco dias, professores ocupam saguão da prefeitura

Grevistas queriam falar com prefeita de Dourados, mas foram recebidos por secretários e outros assessores

Helio de Freitas, de Dourados | 22/08/2018 09:24
Secretário de Educação (de chapéu) conversa com grevistas na recepção do gabinete de Délia Razuk (Foto: Divulgação)
Secretário de Educação (de chapéu) conversa com grevistas na recepção do gabinete de Délia Razuk (Foto: Divulgação)

Em greve há cinco dias, servidores administrativos e professores da rede municipal de ensino de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, protestam nesta manhã no CAM (Centro Administrativo Municipal), onde fica o gabinete da prefeita Délia Razuk (PR).

Um grupo se concentra na recepção que dá acesso ao bloco do gabinete para falar com a prefeita, mas Délia Razuk ainda não recebeu os grevistas. Os educadores reclamam que a prefeita não participa das negociações.

Hoje, mais uma vez quem conversa com os educadores são apenas secretários e assessores especiais, entre eles os secretários de Educação Upiran Jorge Gonçalves e de Governo Patrícia Bulcão. Guardas municipais foram chamados para reforçar a segurança no local.

Nas 45 escolas e 38 centros de educação infantil do município a greve é parcial. Menos de dez escolas estão totalmente sem aula. Nas demais, alguns educadores já aderiram, o que provoca “buracos” nas aulas e algumas turmas são dispensadas mais cedo.

Os educadores cobram reajuste de 7,64% do piso do magistério que deveria ter sido concedido em 2017 e 6,81% de 2018. Na sexta-feira (17), a desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), determinou que o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) mantenha no mínimo 66% dos professores e administrativos da educação em atividade nas escolas.

Em caso de descumprimento, a desembargadora estipulou multa diária de R$ 50 mil ao sindicato. Entretanto, o Simted informou que ainda não foi notificado sobre a liminar.

Na ação impetrada no TJ, Délia Razuk pediu que a greve fosse declarada nula e abusiva, alegando que a paralisação foi iniciada com as negociações ainda em andamento e que os professores douradenses recebem quase o dobro do valor estabelecido pela lei do piso nacional.

O Simted reclama que o reajuste de 4,13% para o magistério, anunciado pela prefeitura para complementar o índice de reposição do piso, não foi incluído na folha de julho.

Com esse índice, o grupo magistério atingiria o índice de 6,81% previsto no piso municipal do magistério, já que todos os servidores municipais de Dourados tiveram 2,68% de reajuste em maio. A prefeitura continua em silêncio sobre a greve dos professores. De acordo com o Simted, às 16h desta quarta-feira haverá novo protesto, na Praça Antônio João.

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