Interior

Em greve, funcionários abrem mão de cargos por melhorias no trabalho

Caroline Maldonado | 05/11/2015 12:51
Entre as reivindicações está a retomada das obras da UFN3 (Foto: Divulgação)
Entre as reivindicações está a retomada das obras da UFN3 (Foto: Divulgação)

Os supervisores interinos da operação da Usina Termelétrica Luís Carlos Prestes, em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, assinaram uma carta abrindo mão dos seus cargos comissionados. O Sindipetro SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo) protocolou o documento junto na Petrobras, na manhã de hoje (5). Ontem (4), cerca de 70% dos 60 funcionários da usina aderiram à paralisação nacional dos petroleiros.

A ação é para impedir a empresa de formar uma segunda equipe de contingência, já que não tem à disposição trabalhadores em cargo de confiança, segundo o diretor do Sindipetro, Gilmar Silva. Segundo ele, a atitude é em resposta ao descaso dos supervisores, que integram a equipe de contingência.

De acordo com o sindicato, ontem (4) um oficial de Justiça esteve na empresa para averiguar a situação do contingente e, por meio de habeas corpus, liberar a saída do pessoal, que estava trabalhando a dois dias ininterruptamente. “O grupo fez pouco caso do documento judicial e se negou a sair. A Justiça do Trabalho estabeleceu, então, um acordo de troca de um funcionário da contingência a cada 24 horas. A primeira saída ocorreu às 6h de hoje”, contou o sindicalista. Dessa forma, a unidade passou a operar com um trabalhador a menos do que o número mínimo recomendado.

Ainda conforme Gilmar, os técnicos de operação da UTE estão assinando uma lista, na qual se negam a ocupar cargos de supervisão ou interinidade. “Estamos coletando assinaturas de todos os operadores, que também são contrários à atitude dos supervisores de continuarem dentro da empresa. Esse pessoal, certamente, está exausto diante de tantas horas de trabalho e isso aumenta os riscos de acidentes e coloca em risco a vida desses trabalhadores”, argumentou.

Em nota, a Petrobras disse que a greve coordenada pelas entidades sindicais afeta as operações da companhia e houve queda de produção de 178 mil barris de petróleo, o que corresponde a cerca de 8,5% da produção diária no Brasil. “A Petrobras continua tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas atividades, preservando suas instalações e a segurança de seus trabalhadores”, diz a nota.

Reivindicação - Os grevistas querem reajuste de salários e protestam contra o plano de venda de ativos da estatal. Além disso, pedem melhorias no controle da segurança do trabalho, assim como a retomada das obras da UFN3, entre outras reivindicações. A UFN 3 em Três Lagoas tinha previsão inicial de ser concluída em 2014, mas a obra parou em novembro daquele ano. 

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