Interior

Donos de bares cobram toque de recolher às 22h, mas resposta é não

Comerciantes afirmam que fechamento às 20h ameaça falir setor e aumentar desemprego

Helio de Freitas, de Dourados | 22/03/2021 12:04
Donos de bares se reuniram no estacionamento do Douradão (Foto: Wander Jones/Droneselfie)
Donos de bares se reuniram no estacionamento do Douradão (Foto: Wander Jones/Droneselfie)

Proprietários de bares, restaurantes e conveniências protestaram hoje (22) em Dourados (a 233 km de Campo Grande) contra o toque de recolher das 20h às 5h e pediram a volta da restrição a partir das 22h, como era antes do decreto estadual entrar em vigor no dia 14 deste mês. A medida foi tomada pelo Governo do Estado para tentar frear o contágio da covid-19 no pior momento da pandemia.

Os comerciantes se concentraram no estacionamento do Estádio Douradão, na Rua Coronel Ponciano, e depois seguiram para a sede da prefeitura, que fica na mesma região da cidade, onde foram recebidos pelo secretário de Governo Henrique Sartori.

O prefeito Alan Guedes (PP) participava de reunião online com outros prefeitos de Mato Grosso do Sul e com o secretário estadual de Saúde Geraldo Resende para discutir medidas para conter a proliferação do vírus.

Com o tema “#nãosomosoproblema”, os comerciantes cobram definição de protocolo único para funcionamento dos setores da economia e afirmam que todos os estabelecimentos são essenciais, pois geram milhares de empregos.

Ao Campo Grande News, comerciantes afirmaram que o toque de recolher às 20h de segunda à sexta e fechamento dos bares às 16h aos sábados e domingos ameaçam o setor de falência generalizada.

Apesar do apelo, eles ouviram do representante da prefeitura que não existe possibilidade de o município alterar o horário, pois o toque de recolher foi adotado pelo Estado. O decreto vigora até sábado (27), mas os comerciantes temem ampliação da restrição.

Além disso, existe possibilidade de o município adotar nos próximos dias o “fecha tudo” implantado em Campo Grande com a antecipação de feriados municipais.

Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a prefeitura informou que está “sensível” sobre a reivindicação do empresários. O prefeito já havia recebido empresários e representantes da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), para debater as restrições e os impactos, principalmente no comércio noturno de alimentos e bebidas.

“Importante destacar que a situação da covid em MS e na região de Dourados é avaliada de forma sistemática, dia após dia, e que todas as demandas, tanto da saúde, quanto da classe empresarial e econômica, estão na pauta diária interna da prefeitura, assim como nas conversas com as autoridades estaduais e órgãos de fiscalização”, afirma a assessoria do prefeito.

Com mais quatro mortes anunciadas hoje, Dourados chegou a 305 óbitos em um ano de pandemia. Até agora, 22.793 douradenses já foram infectados pelo coronavírus. Atualmente, 1.066 infectados cumprem isolamento domiciliar e 21.371 estão recuperados.

Os hospitais de Dourados têm 90 pessoas internadas hoje, sendo 48 em leitos de enfermaria e 42 em terapia intensiva. Metade dos leitos de UTI é ocupada por moradores de Dourados e a outra parte por pessoas de cidades da região.

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